Réu por matar vizinho com tiro no rosto após vítima subir em muro está preso há um ano e sem data para ser julgado, no Paraná; entenda
Juiz reconheceu indício de autoria do crime de Agnaldo da Silva Orosco, mas defesa recorreu. Apenas após recurso ser analisado que Justiça pode definir se ele irá a júri popular, ou não. Crime foi em 2024.
Homem sobe em muro para ver confusão no vizinho e morre com tiro no rosto no Paraná
Agnaldo da Silva Orosco está preso há um ano pela morte de Bruno Emídio da Silva Júnior, de 33 anos, e ainda não há uma data para que ele seja julgado, segundo o Ministério Público do Paraná (MP-PR).
O crime foi registrado em Apucarana, no distrito de Pirapó, norte do Paraná, em 9 de março de 2024. Em 13 de março do mesmo ano, Agnaldo foi preso preventivamente na Cadeia Pública de Apucarana.
O homem é suspeito de ter feito o disparo que atingiu o rosto de Bruno no momento em que ele subiu no muro para olhar a casa do vizinho, depois de ouvir barulhos no imóvel onde acontecia uma confraternização. A situação foi gravada por câmeras de segurança. Assista acima.
Em nota enviada ao DE nesta segunda-feira (10), o MP-PR informou que o juiz entendeu o crime como doloso – feito com intenção – e “que há fortes indícios de autoria”. Deste modo, existe a possibilidade de júri popular.
Entretanto, a defesa de Agnaldo recorreu e o pedido está em análise pelo desembargador Miguel Kfouri Neto, do Tribunal de Justiça do Estado do Paraná (TJ-PR). A última movimentação no processo foi no dia 7 de fevereiro.
“Como o réu continua preso, a expectativa é que o TJ não demore para apreciar o recurso. Somente após isso, se mantida a pronúncia, poderá ser marcado o júri”, diz a nota do MP-PR enviada ao DE.
O DE aguarda retorno da defesa de Agnaldo e tenta contato com o advogado que representa a família de Bruno.
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O CASO
No dia 9 de março de 2024, de acordo com os depoimentos de testemunhas que estavam no local, Bruno estava fazendo um churrasco com a namorada e familiares na casa dos tios que não estavam no distrito de Pirapó, devido a uma viagem.
Por volta das 22h40, eles ouviram quatro disparos. Outro rapaz que estava na casa foi até o corredor e pediu para que o vizinho parasse de jogar bombinhas. Entretanto, enquanto estavam no corredor, ainda ouviram mais um disparo.
Às 22h55, como marca a câmera de segurança, Bruno subiu em um varal da casa dos tios para enxergar o imóvel ao lado por estar preocupado com os moradores da região, conforme depoimento apresentado por familiares. A imagem mostra ele olhando para trás, conversando com a namorada, e sendo atingido assim que colocou a cabeça por cima do muro novamente.
O delegado que foi até o local do crime, André Luís Garcia, disse em depoimento que havia várias marcas na casa de Agnaldo, demonstrando que outros disparos foram realizados. Uma arma calibre 12 e uma pistola 380 foram apreendidas, além de munições intactas e deflagradas.
A vítima morreu na hora, segundo a Polícia Militar (PM-PR), apesar das tentativas de reanimação da família e chegada do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu).
Ainda de acordo com a PM, Agnaldo fugiu do local na noite do crime. A Polícia Civil (PC-PR) informou que ele se apresentou dois dias depois e teve o mandado de prisão expedido no dia 13.
Em depoimento ao delegado, ele disse ter agido em legítima defesa porque imaginou que um homem estaria tentando invadir casa dele. Quando ouviu um barulho, que achou ser no telhado, saiu com a arma.
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