Em operação de fiscalização do Ministério Trabalho, um homem que vivia com a esposa e os cinco filhos em situação de trabalho análogo escravo em uma fazenda de gado localizada em Formosa após mais de oito anos de serviço foi resgatado.
A família ficava em meio a escorpiões e cobras, sem água e luz, além de pouca comida e da poeira da mineração de calcário. A esposa do trabalhador contou que o marido chegou a ser picado por um dos bichos, ficando seis meses com a perna dormente e que por várias vezes cobras eram encontradas no local onde eles viviam.
A casa onde a família estava caberia apenas uma pessoa, e ficava apenas a 100 metros de uma empresa de mineração, vizinha à fazenda, e a 200 metros do canteiro de extração de calcário. Autoridades irão apurar a situação da saúde da família por conta da exposição ao produto.
Segundo o proprietário da fazenda, até o momento ele, não teve acesso total aos autos do processo. Mas ele tem colaborado com a operação de fiscalização com a assinatura doo Termo de Ajuste de Conduto do Ministério do Trabalho. A fiscalização informou que o homem recebia R$50 por diária de serviço, mas não tinha carteira assinada, nem contrato de trabalho apesar do longo relacionamento com o empregador.
O Ministério Publico do Trabalho e a Defensoria Pública da União fecharam um acordo para uma indenização por danos morais, que garantirá uma casa de no valos de, pelo menos, R$100 mil ao trabalhador, para ser comprada ou construída no município em um prazo de seis meses.
Havia um acordo de quitação de verbas trabalhistas, que foi desprezado pelo cálculo das verbas rescisórias e direitos devidos. O homem recebeu R$24.921,84. Segundo os fiscais ele terá ainda direito a três meses de seguro-desemprego concedido a resgatados da escravidão.