Homem jogado de ponte por PM relata queda de joelhos em depoimento

Queda de joelhos e “porradas”: o depoimento do homem jogado por PM

Manobrista, de 25 anos, foi à 2ª Delegacia Seccional de SP e narrou o ocorrido na noite em que foi jogado da ponte por um PM

São Paulo — O manobrista Marcelo Barbosa do Amaral, de 25 anos, jogado da ponte por um policial militar na madrugada da última segunda-feira (2/12), revelou em depoimento para a polícia, nesta sexta-feira (6/12), que levou “porradas” e que caiu de joelhos em um córrego após ser arremessado.

A vítima foi ouvida na 2ª Delegacia Seccional de São Paulo, na zona sul da capital paulista, e narrou detalhes daquela noite. Ele contou que voltava de moto da casa da esposa, na Vila Inglesa, quando se assustou com o grande número de policiais em um das travessas da Avenida Cupecê.

O manobrista afirma que freou bruscamente, desceu da moto e começou a correr. Nesse momento, ele foi atingido por golpes de cassetete na cabeça e nas costas, desferidos pelo soldado Luan Felipe Alves Pereira, do 24º BPM/M (Batalhão de Polícia Militar – DE).

Segundo o relato, o mesmo policial, conduziu Marcelo “pelo colarinho” até perto da ponte e disse:

> “Você tem duas opções: pula da ponte ou jogo você e sua motocicleta daqui”.

Nesse momento, a vítima tentou argumentar com o policial, afirmando que não era ladrão e que a moto em que estava não era roubada. Mas, mesmo assim, Marcelo foi atirado da ponte. O manobrista contou que caiu de joelhos dentro do córrego e que ouviu de pessoas em situação de rua, presentes no local, dicas de como sair dali sem ser visto pelos PMs.

Mesmo com a cabeça sangrando, por causa das “porradas” que levou do policial, Marcelo disse que conseguiu seguir as indicações recebidas, avistou um carro e pegou carona até a UPA (Unidade de Pronto Atendimento) Santa Catarina.

Marcelo deixou o prédio do 96° Distrito Policial (Brooklin) — onde também está situada a sede da 2ª Delegacia Seccional — sem falar com a imprensa. O rapaz estava acompanhado de uma mulher, que não teve a identidade revelada. Ele permaneceu por cerca de três horas na delegacia.

O entregador vestia uma blusa com capuz e procurou não mostrar o rosto. Ele entrou em um carro e deixou rapidamente o local.

Marcelo está com bastante medo de represálias. Por isso, o rapaz deixou a casa onde morava e passou a viver no interior paulista. Familiares também relataram temor após o caso.

Um vídeo gravado com celular mostra o soldado da Polícia Militar (PM) Luan Felipe Alves Pereira arremessando o entregador Marcelo durante abordagem no bairro Cidade Ademar, na madrugada da última segunda-feira (2/12).

Durante a ação policial, os PMs estavam com câmeras corporais, o que contribuiu para a equipe de investigação entender a dinâmica do caso. Luan Felipe foi ouvido na última terça-feira (3/12) na Corregedoria da Polícia Militar.

No relatório interno da PM, os policiais envolvidos na ocorrência omitiram a informação de que um homem havia sido jogado de uma ponte. Eles dizem ter perseguido suspeitos, em motos, até chegarem a um baile funk, cujo fluxo se dispersou com a presença dos policiais do 24º Batalhão da corporação.

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Família desesperada após jovem ser baleada por agentes da PRF: caso chocante na BR-040 em Duque de Caxias, Rio de Janeiro

Um vídeo chocante vem circulando nas redes sociais e mostra o desespero de uma família após uma jovem ser baleada por agentes da PRF. A Polícia Rodoviária Federal afastou os agentes envolvidos nessa abordagem, que deixou a jovem em estado grave. Juliana Leite Rangel estava a caminho da ceia de Natal com sua família quando teve o carro alvejado pelos agentes. O caso aconteceu na noite de terça-feira na BR-040, em Duque de Caxias, no Rio de Janeiro, e as imagens mostram claramente as marcas dos disparos no veículo, enquanto os familiares gritam desesperadamente ao fundo.

O pai da vítima, Alexandre da Silva Rangel, de 53 anos, que dirigia o carro, relatou que ao ouvir a sirene da polícia, sinalizou que iria parar. No entanto, os agentes saíram atirando sem motivo aparente. A PRF informou que afastou os policiais envolvidos preventivamente e abriu uma investigação interna para apurar o ocorrido. Enquanto isso, a Polícia Federal está investigando o caso, que gerou comoção e revolta da população.

A jovem foi encaminhada pela PRF ao Hospital Municipalizado Adão Pereira Nunes (HMAPN), em Duque de Caxias, onde passou por uma cirurgia. Atualmente, ela segue internada na UTI, entubada e em estado gravíssimo. A família, amigos e a população aguardam por mais informações sobre o caso e clamam por justiça. A situação comoveu a todos e levantou debates sobre a conduta policial e a segurança nas rodovias.

A repercussão do caso nas redes sociais e na imprensa levou a Prefeitura de Duque de Caxias a se posicionar sobre o ocorrido, prometendo acompanhar de perto a evolução do quadro clínico da jovem e prestar todo o apoio necessário à família. Enquanto isso, a sociedade pede por transparência nas investigações e por esclarecimentos sobre o que de fato aconteceu naquela noite trágica. A busca por justiça e por um desfecho que traga conforto e paz à família da jovem baleada continua.

Mesmo com a gravidade da situação, as informações disponíveis ainda são limitadas e o caso permanece sob intensa atenção da mídia e das autoridades. A comoção em torno do ocorrido reflete a preocupação da sociedade com a segurança e a conduta das forças policiais, além de levantar questões sobre a necessidade de reformas e mudanças no sistema de segurança pública. Enquanto a jovem luta por sua vida, todos aguardam por respostas e por medidas que garantam que fatos como esses não se repitam.

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