Torcedor que diz ter sido preso por engano em jogo de futebol é liberado de
tornozeleira
O homem foi preso após ser reconhecido pelo novo sistema biométrico do estádio.
No entanto, ele argumenta que o mandado de prisão era para outra pessoa.
Secretaria da Segurança Pública e Tribunal de Justiça do Ceará reforçam que não
houve erros na identificação do homem capturado.
Homem é preso enquanto assistia a partida de futebol na Arena Castelão, em
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Homem é preso enquanto assistia a partida de futebol na Arena Castelão, em
Fortaleza
O torcedor do Fortaleza capturado na Arena Castelão, no último sábado (15), disse que foi preso por
engano. Daniel da Silva, de 40 anos, foi preso durante o primeiro clássico-rei
pela final do Campeonato Cearense 2025
Ele foi solto em audiência de custódia no domingo (16), mediante o uso de
tornozeleira eletrônica. Nesta quinta-feira (20), a Justiça autorizou que ele
retirasse a tornozeleira.
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A prisão aconteceu após ele ser reconhecido pelas câmeras de segurança do
estádio. Ele foi apontado como suspeito de um crime de receptação que possuía um
mandado de prisão em aberto. A prisão ocorreu no mesmo dia em que foi inaugurado
o novo sistema de reconhecimento biométrico do Castelão. (Veja acima o momento da prisão dele)
“Teve muitos, teve vários erros. Não é só um, dois, três, quatro erros.
Não foi só uma letra nem um número”, disse Daniel na saída da Casa de
Ressocialização, no Centro de Fortaleza, onde esteve na tarde de quinta-feira
para retirar a tornozeleira eletrônica após decisão judicial favorável. “É um
peso que sai da minha consciência, de uma coisa que eu não fiz”
A TV Verdes Mares questionou o Tribunal de Justiça do Ceará (TJCE), que analisou
o caso de Daniel, e a Defensoria Pública do Ceará, que atuou a favor de Daniel,
para entender qual foi erro que levou à prisão do homem.
A Defensoria destacou que tem acompanhado o caso desde o início, mas afirmou que
não irá se manifestar por ora sobre o suposto erro que levou à prisão de Daniel.
Em nota enviada nesta quinta-feira (20), o TJCE afirmou que suspendeu
temporariamente a execução de pena de Daniel “para apuração de suposto caso de
homônimo”, isto é, para verificar se a pena, na verdade, seria destinada a outra
pessoa com nome semelhante.
“Com a decisão, o Judiciário determinou a imediata retirada de tornozeleira
eletrônica, recém-instalada, até que a qualificação do apenado seja retificada
ou ratificada pelo Juízo da 6ª Vara Criminal de Fortaleza, responsável pelo
processamento dos autos de origem (vara da condenação), diante de possível
divergência na data de nascimento e naturalidade do condenado, dentre outros
dados cadastrais”, disse o TJ.
Em posicionamento enviado ao DE na última terça-feira (18),
antes da retirada da tornozeleira de Daniel, o Tribunal de Justiça havia
afirmado que os dados apresentados de Daniel correspondiam aos que constavam no
mandado de prisão.
Em nota enviada também na última terça, a Secretaria da Segurança Pública e
Defesa Social (SSPDS) afirmou que não houve erro da polícia na prisão de Daniel
e que cumpriu corretamente o mandado de prisão expedido pela Justiça.
Após a prisão no Castelão, Daniel passou por audiência de custódia no domingo e
foi colocado em liberdade com uso de tornozeleira eletrônica. Ele, inclusive,
ficou sem poder ir para o trabalho por causa do aparelho. Agora, ele espera
retomar as atividades e esclarecer o problema.
“Não é fácil passar isso, pelo constrangimento”, disse. “[Agora é] Prestar
atenção pra [autoridade] não cometer mais esse erro grave, grosseiro, porque é
cruel, um pai de família que tava trabalhando, acordar na segunda-feira e não
pode ir trabalhar porque tá limitado”, lamentou.