Última atualização 24/10/2024 | 13:07
A Polícia Federal (PF) realizou uma operação significativa na quarta-feira, 23, prendendo um homem identificado como o líder de um grupo criminoso responsável por desmatamento e queimadas ilegais no sul do Amazonas. A prisão ocorreu no âmbito da operação Dracarys, que investiga essas atividades ilícitas nos municípios de Boca do Acre e Pauini, no Amazonas.
O suspeito, detido em um condomínio de luxo em Campinas, São Paulo, é apontado como o principal financiador e articulador das atividades ilícitas. O esquema teria causado danos ambientais estimados em mais de R$ 138 milhões. As áreas afetadas, de difícil acesso e com pouco monitoramento, foram escolhidas estrategicamente para dificultar a ação de órgãos de fiscalização ambiental.
Conforme a PF, o grupo é suspeito de desmatar, provocar incêndios, impedir a regeneração da vegetação, além de praticar falsidade ideológica e associação criminosa. As queimadas e desmatamentos resultaram na derrubada de 1.672 hectares de floresta nativa e queimadas que devastaram 2.368 hectares de terras públicas federais.
As imagens de satélite revelaram o impacto das queimadas, contribuindo para a formação de densas nuvens de fumaça que afetaram amplas regiões da Amazônia, especialmente entre setembro e outubro deste ano. Essas emissões comprometeram a qualidade do ar, agravando a crise ambiental e gerando prejuízos à saúde das comunidades locais.
A operação Dracarys cumpriu 10 mandados judiciais expedidos pela 7ª Vara Federal do Amazonas, incluindo prisão, buscas e apreensões nos estados de São Paulo e Amazonas. Além disso, a Justiça Federal determinou o bloqueio de bens dos investigados, visando garantir a reparação dos danos ambientais causados.
Essa ação reforça o compromisso das autoridades em combater crimes ambientais e proteger a integridade da floresta amazônica, um dos ecossistemas mais críticos do planeta.