Homem preso por liderar grupo de desmatamento e queimadas na Amazônia

A Polícia Federal (PF) realizou uma operação significativa na quarta-feira, 23, prendendo um homem identificado como o líder de um grupo criminoso responsável por desmatamento e queimadas ilegais no sul do Amazonas. A prisão ocorreu no âmbito da operação Dracarys, que investiga essas atividades ilícitas nos municípios de Boca do Acre e Pauini, no Amazonas.
 
O suspeito, detido em um condomínio de luxo em Campinas, São Paulo, é apontado como o principal financiador e articulador das atividades ilícitas. O esquema teria causado danos ambientais estimados em mais de R$ 138 milhões. As áreas afetadas, de difícil acesso e com pouco monitoramento, foram escolhidas estrategicamente para dificultar a ação de órgãos de fiscalização ambiental.
 
Conforme a PF, o grupo é suspeito de desmatar, provocar incêndios, impedir a regeneração da vegetação, além de praticar falsidade ideológica e associação criminosa. As queimadas e desmatamentos resultaram na derrubada de 1.672 hectares de floresta nativa e queimadas que devastaram 2.368 hectares de terras públicas federais.
 
As imagens de satélite revelaram o impacto das queimadas, contribuindo para a formação de densas nuvens de fumaça que afetaram amplas regiões da Amazônia, especialmente entre setembro e outubro deste ano. Essas emissões comprometeram a qualidade do ar, agravando a crise ambiental e gerando prejuízos à saúde das comunidades locais.
 
A operação Dracarys cumpriu 10 mandados judiciais expedidos pela 7ª Vara Federal do Amazonas, incluindo prisão, buscas e apreensões nos estados de São Paulo e Amazonas. Além disso, a Justiça Federal determinou o bloqueio de bens dos investigados, visando garantir a reparação dos danos ambientais causados.
 
Essa ação reforça o compromisso das autoridades em combater crimes ambientais e proteger a integridade da floresta amazônica, um dos ecossistemas mais críticos do planeta.

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Ponte TO-MA: Agência irá avaliar qualidade da água de rio após queda de ponte

A Agência Nacional de Águas (ANA) anunciou nesta terça-feira, 24, que está avaliando a qualidade da água no Rio Tocantins, na área onde desabou a ponte Juscelino Kubitschek, entre os municípios de Aguiarnópolis (TO) e Estreito (MA). Essa medida se justifica devido à informação de que alguns dos caminhões que caíram no rio após a queda da ponte carregavam pesticidas e outros compostos químicos.

O foco das análises está no abastecimento de água a jusante (rio abaixo) a partir do local do acidente. A ANA, em conjunto com a Secretaria de Meio Ambiente do Maranhão, vai determinar os parâmetros básicos de qualidade da água e coletar amostras para as análises ambulatoriais. O objetivo é detectar os principais princípios ativos dos pesticidas potencialmente lançados na coluna d’água do rio Tocantins.

As notas fiscais dos caminhões envolvidos no desabamento apontam quantidades consideráveis de defensivos agrícolas e ácido sulfúrico na carga dos veículos acidentados. No entanto, ainda não há informações sobre o rompimento efetivo das embalagens, que, em função do acondicionamento da carga, podem ter permanecido intactas.

Devido à natureza tóxica das cargas, no domingo e segunda-feira, 23, não foi possível recorrer ao trabalho dos mergulhadores para as buscas submersas no rio. O Corpo de Bombeiros do Maranhão confirmou nesta terça-feira, 24, a morte de quatro pessoas (três mulheres e um homem) e o desaparecimento, até o momento, de 13 pessoas.

Sala de crise

Na quinta-feira, 26, está prevista a reunião da sala de crise para acompanhamento dos impactos sobre os usos múltiplos da água decorrentes do desabamento da ponte sobre o rio Tocantins. Além da própria ANA, outros órgãos participam da sala de crise, como o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Renováveis (Ibama), o Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden), o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) e o Ministério da Saúde.

O Dnit está com técnicos no local avaliando a situação para descobrir as possíveis causas do acidente. Segundo o órgão, o desabamento foi resultado porque o vão central da ponte cedeu.

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