Homem preso por manter enteada em cárcere deverá responder por oito crimes

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Suspeito de manter a enteada em cárcere por 22 anos deverá responder por oito
crimes

Vítima fugiu após dizer ao homem que precisava levar filhos a um posto de saúde,
mas foi para a delegacia da Polícia Civil. Suspeito está preso e negou os
crimes.

Homem preso por cárcere deve responder por oito crimes

Homem preso por cárcere deve responder por oito crimes

A Polícia Civil do Paraná concluiu as investigações contra o homem de 51 anos
suspeito de manter a própria enteada em cárcere privado por 22 anos em Araucária, na Região
Metropolitana de Curitiba.

Ele foi indiciado por oito crimes: perseguição, causar dano emocional, estupro
de vulnerável, estupro, participações no crime de estupro de terceiros, filmar
conteúdo de ato sexual sem autorização, cárcere privado qualificado e
constrangimento legal.

Durante o interrogatório, o suspeito negou o crime. O DE optou por não revelar o
nome do homem, a fim de não identificar a vítima e os filhos deles.

A jovem tem 29 anos e conseguiu fugir na terça-feira (16).
Ela disse ao homem que precisava levar os filhos a um posto de saúde, mas foi
até uma delegacia da Polícia Civil. Ele está preso.

À polícia, a jovem contou que era abusada desde os 7 anos de idade, engravidou
dele aos 16 e se casou com o homem. Disse ainda que tem três filhos com o
suspeito, que ele a monitorava por meio de câmeras de segurança.

Além disso, a jovem relatou que ele a obrigava a se relacionar com outros homens
e registrava os abusos em vídeo.

Segundo o delegado Eduardo Krüger, enquanto a vítima estava na delegacia, o
suspeito ligou mais de 30 vezes e mandou mais de 15 áudios para ela.
Alguns deles, com ameaças. Ouça:

Suspeito de manter enteada em cárcere por 22 anos enviou áudios ameaçando vítima
enquanto

“Volta para casa, senão você vai ter problema sério comigo. O que é que está
acontecendo? Fala comigo, senão eu vou atrás de você”, disse o homem nos áudios.

Por meio de nota, a defesa do homem afirmou que está apurando os fatos para
assegurar os direitos do cliente.

‘EU TINHA MEDO, MUITO MEDO, AINDA TENHO’, DIZ VÍTIMA

Em entrevista à RPC, a jovem deu detalhes de como era ameaçada
por ele para continuar submetida à situação em que estava. Segundo ela, pressão
psicológica e agressões também faziam parte da estratégia do homem para que ela
não conseguisse buscar ajuda.

“Eu sabia que ele é uma pessoa agressiva. Eu tinha medo, muito medo, ainda
tenho. Ele falou muita coisa para mim. Ele me ameaçava. Falava que se eu não
fosse dele, não seria de mais ninguém. Falava que a nossa separação seria só a
morte”, contou.

Os abusos, de acordo com o relato à polícia, começaram quando ela tinha sete
anos, época em que a mãe dela ainda era casada com o homem.

A mãe da vítima não é considerada suspeita. Na investigação que apura o caso,
ela é tratada como testemunha. Em entrevista à RPC, ela afirmou que também foi
vítima de agressões do suspeito quando ainda era casada com ele
e que não sabia da situação vivida pela filha.

A polícia abriu uma investigação a fim de identificar e investigar quem são os
outros homens suspeitos de abusar sexualmente da jovem. Segundo
o delegado Eduardo Kruger, os abusos foram encontrados em vídeos salvos no
celular do suspeito. O aparelho foi apreendido.

CONTROLE EMOCIONAL E POR VÍDEO

Segundo a polícia, o agressor controlava a vítima emocionalmente para mantê-la
em cárcere privado. A vítima também sofria agressões físicas e era monitorada
por câmeras espalhadas pela casa.

“Ela saía de casa raras vezes e o homem controlava de minuto em minuto o que ela
estava fazendo”, conta o delegado.

Após a denúncia feita pela vítima, a polícia foi até a casa onde o homem morava
e o prendeu em flagrante. Assista ao momento em que a corporação chega ao local:

Na casa, a polícia apreendeu as câmeras utilizadas para monitoramento e vídeos
dos abusos no celular do indivíduo.

Mais notícias no G1 Paraná.

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