Homem promete revidar crítica de Bolsonaro ao Nordeste com votação nas urnas

Um vídeo em circulação na Internet mostra um homem reclamando das críticas do presidente Jair Bolsonaro (PL) ao Nordeste após perder as eleições na região. Paulinho do Fumo, como é conhecido o autor da gravação, promete revidar nas urnas o preconceito pela escolha da maioria dos eleitores pelo adversário do atual candidato à reeleição, o presidente Lula (PT).

“Quero mandar um recadinho. O nordestino é caba homem. A gente não precisa de comida do Sul não. Aqui nós trabalhamos. Lava a boca para falar do nordestino. Vamos dar a resposta nas urnas”, afirma o homem, que é do município de Lagarto, em Sergipe.

Ontem, Bolsonaro afirmou que o petista venceu as eleições em nove dos dez estados com maior taxa de analfabetismo do País, sendo todos localizados no Nordeste. “Onde a esquerda entra, leva o analfabetismo, leva a falta de cultura, leva o desemprego, leva a falta de esperança. É assim que age a esquerda no mundo todo”, continuou.

No pleito do último domingo, 03, Lula conseguiu  48% dos votos válidos contra 43% para Bolsonaro no Nordeste, ou seja, 12,9 milhões de votos de diferença. O resultado oficial em nível nacional foi de 48,43% para o petista e 43,20% para o atual presidente.

A indignação de Paulinho também está relacionada a um comentário feito pela vice-presidente da comissão da Mulher de Uberlândia da Advogada da Ordem dos Advogados do Brasil em Minas Gerais (OAB-MG), Flávia Moraes. Ela aparece em uma gravação com outras duas mulheres prometendo nunca viajar até a região por causa do resultado das eleições presidenciais, que terão segundo turno em 30 de outubro.

“Nós geramos emprego, nós pagamos impostos e sabe o que a gente faz? A gente gasta o nosso dinheiro lá no Nordeste. Não vamos fazer isso mais. Vamos dar dinheiro para quem realmente precisa, quem realmente merece, A gente não vai mais alimentar quem vive de migalhas. Vamos gastar nosso dinheiro no Sul, Sudeste ou fora do Brasil, que inclusive está muito mais barato”, disse.

A OAB-MG publicou uma nota de posicionamento nas redes sociais afirmando que as declarações de Flávia não refletem o posicionamento da instituição e que ela se licenciou do cargo.

Assista ao vídeo abaixo:

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Senado aprova projeto para proibir uso de celular em escolas

O plenário do Senado Federal aprovou, em votação simbólica, na noite de quarta-feira, 18, o Projeto de Lei 104/2015, que restringe o uso de aparelhos eletrônicos portáteis, sobretudo de telefones celulares, nas salas de aula dos estabelecimentos públicos e privados de ensino infantil e médio de todo o país.

O texto já havia sido aprovado pela Câmara dos Deputados, na semana passada, em votação terminativa na Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ). Apoiado pelo governo federal e por especialistas, o texto também teve rápida tramitação no Senado, indo direto para votação em plenário. Com a aprovação no Congresso, o projeto segue para sanção presidencial e poderá valer já para o ano letivo de 2025.

Países como França, Espanha, Grécia, Dinamarca, Itália e Holanda já possuem legislações que restringem uso de celular em escolas.

De acordo com o relator do PL no Senado, Alessandro Vieira (MDB-SE), a medida não traz punições, mas “orienta uma política pública educacional”.

“Entre o início do período de aula até o final, o uso de celular está proibido, salvo questão de necessidade, como saúde. A regra é que o aluno deixe esse celular desligado, mutado, na sua mochila ou no estabelecimento que tiver espaço, e ele tenha concentração total na aula. É um projeto muito simples, ele quer resgatar a atenção do aluno, levar esse aluno a prestar atenção na aula”, argumentou o senador, durante a sessão de debates.

Apesar de ter obtido unanimidade entre os senadores, duas emendas chegaram a ser apresentadas. Uma delas, de autoria do senador Rogério Marinho (PL-RN), visava estabelecer a obrigatoriedade apenas no ensino infantil e fundamental, do 1º ao 9º ano, excluindo o ensino médio. O argumento do parlamentar era aplicar a política de forma gradual. A emenda acabou sendo rejeitada.

Uma outra emenda, de autoria do senador Eduardo Girão (Novo-CE), chegou a ser apresentada, para obrigar a instalação de câmeras em salas de aula, mas, após os debates, o parlamentar retirou a proposta, para reapresentá-la na forma de um projeto de lei em separado.

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