O homem responsável por quebrar o relógio histórico no Planalto durante os atos golpistas enfrentará a prisão, tendo começado a cumprir uma sentença de 17 anos. Alexandre de Moraes, ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou a execução da pena de Antônio Cláudio Alves Ferreira, já que não há mais possibilidade de recursos. O relógio em questão era um presente da Corte Francesa para Dom João VI, do Século XVII, e foi destruído por bolsonaristas radicais durante os ataques.
Ferreira quebrou a antiga relíquia em exposição no Palácio do Planalto, feita de casco de tartaruga e um tipo de bronze que já não é fabricado há décadas. Sua condenação a 17 anos de prisão foi resultado de um julgamento realizado em junho do ano passado. A denúncia da Procuradoria-Geral da República dizia respeito à sua participação nos eventos de 8 de janeiro, quando as sedes dos Três Poderes foram invadidas e vandalizadas.
O cumprimento da pena será inicialmente em regime fechado na cidade de Uberlândia, Minas Gerais, onde já está preso. O tempo de detenção já cumprido será descontado da punição final. Não há mais recursos disponíveis para a defesa de Ferreira, encerrando assim a ação penal contra ele e iniciando o processo de execução penal ordenado por Moraes, que exigirá exames médicos oficiais para sua aplicação.
A condenação de 17 anos de prisão foi por cinco crimes, incluindo a abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, associação criminosa armada, dano qualificado e deterioração de patrimônio tombado. Além da pena de reclusão, Ferreira terá que pagar uma multa por danos morais coletivos no valor de R$30 milhões. A destruição do relógio de Dom João VI será agora lembrada como um episódio marcante dos acontecimentos que abalaram Brasília naquele fatídico 8 de janeiro.