Homem que pulou do 3º andar para fugir da delegada pratica parkour e é denunciado por violência doméstica

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Homem que ameaçava ex e pulou de 3º andar para fugir de delegada pratica parkour
e foi denunciado por outras duas mulheres

Ameaça com faca ocorreu no mesmo condomínio onde a delegada estava, de folga. Em
entrevista ao DE, a chefe de polícia detalhou a abordagem ao agressor, a fuga
dele e a prisão.

Delegada relata abordagem a homem que ameaçava ex e pulou do 3º andar de prédio
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Delegada relata abordagem a homem que ameaçava ex e pulou do 3º andar de prédio

O rapaz de 29 anos que pulou do 3º andar de um prédio ao ser flagrado por uma
delegada
[https://DE.DE.DE/sp/piracicaba-regiao/noticia/2025/07/26/homem-e-preso-apos-pular-do-3o-andar-ao-ser-flagrado-por-delegada-enquanto-ameaca-ex-namorada-em-piracicaba.ghtml]
ameaçando sua ex-namorada, em Piracicaba (SP), na última sexta-feira (25), é
praticante de parkour e já foi denunciado por outras duas mulheres por violência
doméstica. Ele foi preso.

A abordagem ao agressor foi realizada pela delegada Olívia dos Santos Fonseca,
titular da Delegacia de Defesa da Mulher (DDM), que estava no mesmo prédio, de
folga, em visita a um familiar. Durante essa visita, o zelador contou que o
suspeito se aproveitou da saída de um carro do prédio para entrar na contramão e
subiu de capacete até o andar da ex.

Ela já tinha conquistado na Justiça uma medida protetiva contra ele, que não
aceita o fim do relacionamento. Devido a esse registro, a delegada lembrou de
qual caso se tratava.

“Fiz ligação para os números de emergência, mas fiquei com medo que a demora
pudesse pôr mais em risco a vida dela. Liguei também para os meus investigadores
e, enquanto eles estavam se deslocando, eu subi até o andar. Eu escutei um pouco
atrás da porta e vi que realmente ali tinha um homem falando e uma mulher
respondendo ‘sim, não’, uma situação bem estranha”, relembrou a chefe de
polícia.

Quem a atendeu na porta foi a vítima que, inicialmente, negou que precisasse de
ajuda.

> “Eu mostrei para ela que eu estava armada e falei assim: ‘eu sou policial,
> posso te ajudar’. E ele estava sentado do outro lado do balcão [da cozinha].
> Aí, ela abaixou a cabeça, dando sinal que era para eu entrar”.

Delegada da DDM de Piracicaba, Olívia Fonseca, em foto de arquivo — Foto:
Caroline Giantomaso/g1

Delegada da DDM de Piracicaba, Olívia Fonseca, em foto de arquivo — Foto:
Caroline Giantomaso/g1

‘A PRÓXIMA ERA ELA’

Olivia, então, revelou ao agressor que sabia que havia uma medida protetiva
contra ele, avisou que a equipe policial estava a caminho e pediu para ele se
retirar do apartamento. Nessa hora, também percebeu que o rapaz estava com
cortes no pescoço. Questionado, ele disse que tinha provocado os ferimentos em
si mesmo “para mostrar para ela [vítima] que a próxima era ela”.

Então, o suspeito mostrou uma faca com cabo quebrado à delegada e não quis sair
do apartamento.

> “Eu dei voz de prisão, saquei a arma e falei: ‘então, põe a mão na parede, é
> polícia, você está preso’. E ele: ‘eu não vou ser preso, não vou ser preso’.
> Eu fechei a porta do apartamento, a vítima estava atrás de mim, aí eu falei:
> ‘pela porta você não vai sair'”, detalhou a chefe de polícia.

PULO E ESCALADA POR PRÉDIO

O rapaz avançou sobre a delegada com seu capacete, mas ela conseguiu afastá-lo
com a perna. “Eu de novo empunhei a arma, e falei: ‘eu vou atirar se você não
soltar esse capacete e não se render’. E ele: ‘eu não vou ser preso, eu vou
pular’. Aí, ele foi na varanda, pulou do terceiro andar, foi escalando, pegou a
moto e foi embora”, acrescentou.

Olivia detalhou que ele pulou do 3º para o 2º andar e, de lá, desceu escalando
por telas de proteção das varandas.

Ela descobriu depois que o rapaz pratica parkour, que é uma atividade física na
qual os praticantes superam obstáculos por meio de saltos, escaladas e
equilíbrio. A prática também ocorre em locais altos.

Depois da fuga, a Polícia Civil conseguiu mandado de prisão contra o rapaz, que
foi encontrado e preso em sua casa por uma equipe da Delegacia de Investigações
Sobre Entorpecentes (Dise/Deic). A vítima não ficou ferida e foi acolhida por
parentes.

Prédio da Delegacia de Defesa da Mulher em Piracicaba — Foto: Fernanda
Zanetti/G1

Prédio da Delegacia de Defesa da Mulher em Piracicaba — Foto: Fernanda
Zanetti/G1

‘INDÍCIO DE QUE IA ACABAR EM TRAGÉDIA’

A chefe de polícia revelou que o agressor já tinha pegado o celular da vítima, o
que impedia ela de pedir ajuda. Por isso, acredita que se não tivesse agido
rápido, poderia ter acontecido uma tragédia.

> “Ele já tinha atentado contra a própria vida na frente dela. Eu acho que é um
> grande indício de que aquilo ia acabar em tragédia”, avaliou.

Além disso, o rapaz já tinha sido denunciado em boletins de ocorrência por
outras duas ex-namoradas. Uma delas teve uma filha com ele.

COMO PROCEDER NESTES CASOS?

A delegada deu orientações a vítimas de violência doméstica que passam por esse
tipo de situação. Confira a seguir:

* Pedir medida protetiva – para a chefe de polícia, é uma ação primordial para
proteção da vítima;
* Deixar cópia da medida protetiva na portaria do prédio ou condomínio;
* Avisar o máximo de pessoas de sua rede de segurança sobre a medida protetiva;
* Aplicativo S.O.S. Mulher – a delegada também lembra que, em Piracicaba,
existe o aplicativo SOS Mulher
[https://play.google.com/store/apps/details?id=br.com.inovasin.mariadapenhapiracicaba&hl=pt_BR&pli=1]
para que vítimas peçam ajuda.

Veja mais notícias da região no DE Piracicaba [https://DE.globo.com/piracicaba]

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