Um homem procurou a Polícia Civil de Goiânia para registrar um boletim de ocorrência (BO) alegando ter sido enganado por um traficante. Segundo ele, após pagar R$ 210 por 30 gramas de maconha, a droga nunca foi entregue. No documento, registrado em 28 de fevereiro na Delegacia Virtual, o comprador afirmou que o vendedor “agiu de má-fé”.
De acordo com o BO, a negociação foi feita pelo WhatsApp, mas, após a confirmação do pagamento, o suposto traficante deixou de responder às mensagens e não realizou a entrega.
O caso chamou a atenção das autoridades. Em entrevista à Folha de S.Paulo, o delegado Humberto Teófilo, da Central Geral de Flagrantes de Goiânia, classificou a ocorrência como absurda. “Ele pede providências da polícia, dizendo que nesse tipo de relação entre usuário e traficante tem que haver boa-fé, e que muitos usuários estão sendo enganados”, afirmou.
Segundo o delegado, não há crime de estelionato nesse caso, já que não existe uma relação comercial legítima entre usuário e traficante. “Vender drogas é crime previsto no artigo 33 da Lei de Drogas. É lamentável um cidadão fazer toda essa narrativa em uma ocorrência oficial e ainda, com a maior cara de pau, pedir providências”, declarou.
O homem que registrou a ocorrência já foi identificado e intimado a depor no sábado, 22. Ele responderá por falsa comunicação de crime. A polícia também investigará o suposto traficante por tráfico de drogas, mesmo que a venda não tenha sido concluída.