De luto por Bira Presidente, Cacique de Ramos recebe componentes, moradores do
bairro e admiradores do músico
A direção do bloco cancelou o tradicional Samba com Feijoada, mas manteve uma
roda tributo acústica em homenagem ao fundador.
1 de 4 Quadra do Cacique de Ramos faz samba em homenagem a Bira Presidente —
Foto: Betinho Casas Novas/TV Globo
Quadra do Cacique de Ramos faz samba em homenagem a Bira Presidente — Foto:
Betinho Casas Novas/TV Globo
Moradores de Ramos, admiradores do Cacique de Ramos e componentes do bloco
estiveram na quadra do bloco em Olaria, na Zona Norte do Rio, para homenagear
Bira Presidente. Fundador da agremiação e do grupo Fundo de Quintal, Ubirajara
Félix do Nascimento morreu na madrugada deste domingo (15), aos 88 anos.
[https://g1.globo.com/rj/rio-de-janeiro/noticia/2025/06/15/bira-presidente-fundador-do-cacique-de-ramos-e-do-fundo-de-quintal-morre-aos-88-anos-no-rio.ghtml]
A direção do bloco cancelou o tradicional Samba com Feijoada, mas manteve uma
roda tributo acústica em homenagem ao fundador. Antes do início do samba, houve
aplausos emocionados em homenagem ao artista.
“O bairro está nesse momento muito triste, as ruas estão vazias. O Bira era um
ícone da gente, principalmente para mim, que fui criado aqui. Eu estudava aqui
do lado e ficava brincando aqui dentro. Eu vi tudo acontecer, o nascimento do
Fundo de Quintal, os artistas que começaram a fazer sucesso aqui dentro. O Bira
construiu esse legado, nós temos agradecer a ele”, diz o estivador Francisco
Coutinho, de 61 anos, que foi ao Cacique buscar informações sobre o horário do
velório do sambista e acabou ficando no evento.
Integrantes do Cacique não disfarçavam a tristeza, mas manifestavam também a
disposição de levar o legado de Bira adiante.
“Nós perdemos o nosso cacique maior, a nossa maior referência. Um ser humano que
mudou tudo, mudou a vida de várias pessoas, inclusive a minha. A contribuição
dele é imensurável. A contribuição dele para nossa cultura, para a cultura
negra, para a cultura do samba, haja vista que nós temos esse palácio que é o
Cacique de Ramos”, disse Chula, mestre de bateria do Cacique de Ramos.
“É uma dor imensurável, não caiu a ficha, nós não estávamos preparados para
isso. Mas ao mesmo tempo, vamos levar o legado dele a frente, ele sempre falava
conosco essa questão de levar alegria para as pessoas, as pessoas têm essa
necessidade de serem felizes e somos produtores de felicidade”, acrescentou.