A Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj) recebeu uma escultura em homenagem à vereadora Marielle Franco, assassinada em 2018, que completaria 46 anos no dia 27 de março. A escultura intitulada “Marielle Franco – Corte Seco” foi criada pelo artista contemporâneo Paulo Nazareth e instalada na Uerj no dia 28 de março, em uma cerimônia que contou com a presença de Luyara Franco, filha de Marielle, e seus avós.
Luyara Franco, emocionada, descreveu a homenagem como uma mistura de dor e gratidão, destacando o fortalecimento que cada gesto, lembrança e palavra traz para a família. A ausência deixada pela morte de Marielle é sentida, mas a presença da escultura e o apoio das pessoas que caminham ao lado deles trazem conforto e incentivo para seguir em frente.
A escultura, feita de madeira, metal e alumínio, possui aproximadamente 11 metros de altura e representa uma figura negra em uma composição marcante. Criada originalmente para a 34ª Bienal de São Paulo, a obra faz parte da série Corte Seco, que retrata figuras negras em dimensões imponentes. O artista Paulo Nazareth trouxe sua sensibilidade e talento para imortalizar Marielle Franco nessa peça.
A inauguração da escultura na Uerj foi um momento de emoção e reflexão, especialmente por ter ocorrido um dia após o aniversário de Marielle. A cerimônia faz parte das atividades organizadas pelo Instituto Marielle Franco para a campanha “julho das Pretas”. Luyara Franco, que assumiu a direção executiva da organização, tem se dedicado a manter viva a memória e o legado de sua mãe.
Além de Luyara, estiveram presentes na cerimônia Marinete Silva, mãe de Marielle, e a reitora da Uerj, Gulnar Azevedo e Silva. A ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, irmã de Marielle, tinha confirmado presença, mas não pode comparecer ao evento. A escultura permanecerá em comodato com a universidade, preservando a memória e o significado da vereadora para as gerações futuras.
Cinco anos após a morte de Marielle Franco e Anderson Gomes, eventos como esse reafirmam a importância de manter viva a memória de figuras que lutaram por justiça e igualdade. A escultura na Uerj é mais do que uma representação física, é um símbolo de resistência e inspiração para todos que conhecem a história de Marielle e sua dedicação à causa dos direitos humanos.
