Hospitais sofrem as consequências da greve dos caminhoneiros

“Tem hospitais que estão com o estoque baixo de alimentos, gás e medicamentos. Ouço dizer que caminhões de remédios não estão sendo parados, mas um hospital não funciona só com eles. O gás, por exemplo, é fundamental para a alimentação e para a esterilização de lençóis”

Com o oitavo dia da greve dos caminhoneiros, a situação dos hospitais em Goiás não é das melhores e causa preocupação de gestores dos órgãos responsáveis. Segundo a Secretaria do Estado da Saúde (SES), a falta de combustíveis já afeta o transporte de pacientes em ambulâncias do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) para os hospitais estaduais.

A SES ainda afirmou que, cirurgias e internações estão sendo desmarcadas em razão da falta de insumos, como soro fisiológico e escalpes para agulhas. Um levantamento preliminar mostra que boa parte dos 11 hospitais estaduais poderá ter seus estoques de remédios e insumos comprometidos se não houver reabastecimento nos próximos 30 dias. A Central de Medicamentos de Alto Custo Juarez Barbosa, no Centro, em Goiânia, também apresenta déficits de entradas de remédios, o que compromete a distribuição à população.

O Laboratório Central (Lacen-GO) sofre sem o transporte aéreo de amostras biológicas para outros estados. Além disso, o local está com o fornecimento de gelo seco para o acondicionamento de amostras e de gases medicinais comprometido. O laboratório também informou que há possibilidade de não entrega de reagentes para análises, assim como a suspensão de transporte de amostras de outras cidades do Estado para o laboratório nesta segunda-feira (28). O local também sinaliza dificuldade de recebimento de kits oriundos do Ministério da Saúde, na próxima semana, caso a greve perpetue.

Rede municipal

A Secretaria Municipal de Saúde (SMS) destacou, por meio de nota, que os serviços essenciais à população estão garantidos e que não há falta de insumos, medicamentos ou vacinas na rede. A secretaria também informou que há combustível para as ambulâncias do Samu e outro veículos que transportam pacientes. Segundo a nota, os veículos serão atendidos pelas reservas técnicas dos postos.

Rede particular

De acordo com o presidente da Associação dos Hospitais Privados de Alta Complexidade do Estado de Goiás (AHPACEG), Haikar Helou, dos 21 hospitais ligados à associação, seis já sinalizaram algum tipo de problema de desabastecimento causado pela greve dos caminhoneiros. “Tem hospitais que estão com o estoque baixo de alimentos, gás e medicamentos. Ouço dizer que caminhões de remédios não estão sendo parados, mas um hospital não funciona só com eles. O gás, por exemplo, é fundamental para a alimentação e para a esterilização de lençóis”, conta.

Além disso, o presidente expõe que a situação pode ficar mais crítica se a greve não chegar ao fim. “Estamos tendo atrasos ou a não entrega de medicamentos quimioterápicos e hemodialíticos. Eu entendo a greve, mas há vidas em jogo e isso é preocupante. Buscamos uma colaboração de todos, para que a situação não se torne mais crítica de uma hora para outra”, relata. Os atendimentos não foram suspensos, segundo o presidente, mas algumas unidades já sinalizaram que nesta segunda-feira (28), pode ser o último dia de funcionamento normal à população.

🔔Receba as notícias do Diário do Estado no Telegram do Diário do Estado e no canal do Diário do Estado no WhatsApp

Israel ataca aeroporto no Iêmen com diretor da OMS presente no local

Israel realizou ataques aéreos nesta quinta-feira, 26, contra o aeroporto internacional de Sanaa, capital do Iêmen, e outros alvos controlados pelos rebeldes huthis. As operações, que deixaram pelo menos seis mortos, ocorreram após os disparos de mísseis e drones pelos huthis contra Israel. O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, afirmou que o objetivo dos ataques é enfraquecer o que chamou de “eixo do mal iraniano”.

Os bombardeios atingiram o aeroporto de Sanaa e a base aérea de Al Dailami, além de instalações militares e uma usina de energia em Hodeida, no oeste do país. Testemunhas relataram ao menos seis ataques no aeroporto, enquanto outros alvos incluíram portos nas cidades de Salif e Ras Kanatib. Segundo o Exército israelense, as estruturas destruídas eram usadas pelos huthis para introduzir armas e autoridades iranianas na região.

Durante o ataque ao aeroporto de Sanaa, o diretor da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tedros Adhanom Ghebreyesus, estava presente. Apesar dos danos e vítimas relatados, Tedros afirmou estar “são e salvo”. No entanto, um membro da tripulação de seu avião ficou ferido. A comitiva da OMS e da ONU que o acompanhava não sofreu ferimentos graves.

O Irã, aliado dos huthis, condenou os ataques israelenses, classificando-os como um “crime” e uma violação da paz internacional. Os rebeldes huthis também denunciaram os bombardeios, chamando-os de uma “agressão contra todo o povo iemenita”.

Desde 2014, os huthis controlam grande parte do Iêmen, incluindo Sanaa, após a derrubada do governo reconhecido internacionalmente. A guerra, que se intensificou com a intervenção de uma coalizão liderada pela Arábia Saudita, transformou o conflito em uma das maiores crises humanitárias do mundo.

Receba as notícias do Diário do Estado no Telegram do Diário do Estado e no canal do Diário do Estado no WhatsApp