Hospital nega inserir DIU por motivos religiosos e web associa a livro com premissa semelhante

Hospital nega inserir DIU por motivos religiosos e web associa a livro com premissa semelhante

Um hospital rejeitou colocar um dispositivo intrauterino (DIU) por motivos religiosos, gerando comparações da situação com a trama do livro “O Conto da Aia”, da escritora canadense Margaret Atwood, por vários internautas nas redes sociais.

A história ganhou destaque quando Leonor Macedo, 41 anos, compartilhou o ocorrido no Twitter/X nesta terça-feira, 23. Ela relatou: “A médica me informou que não pode realizar a inserção do DIU em mulheres, pois isso vai contra os valores religiosos da instituição.”

 

Internautas cobraram respostas do Hospital São Camilo, que, por meio da assessoria, afirmou na rede social que “por diretriz institucional de uma instituição católica, não são realizados procedimentos contraceptivos, seja em homens ou mulheres.”

Em uma nota enviada ao jornal Folha de São Paulo, a instituição esclareceu que pacientes que buscam a Rede de Hospitais São Camilo, sem riscos à saúde, são orientados a procurar hospitais na rede referenciada do plano de saúde que tenham esse procedimento contratualizado.

A resposta causou revolta entre os internautas, que em diversos tweets questionaram: “Em que ano estamos mesmo?”. E as comparações com a obra de Atwood logo surgiram.

O debate sobre o Estado ser laico também foi levantado, enquanto alguns internautas defenderam a posição do hospital, sugerindo que a paciente procure outros estabelecimentos para a colocação do DIU.

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BYD cancela contrato com empreiteira após polêmica por trabalho escravo

Na noite de segunda-feira, 23, a filial brasileira da montadora BYD anunciou a rescisão do contrato com a empresa terceirizada Jinjiang Construction Brazil Ltda., responsável pela construção da fábrica de carros elétricos em Camaçari, na Bahia. A decisão veio após o resgate de 163 operários chineses que trabalhavam em condições análogas à escravidão.

As obras, que incluem a construção da maior fábrica de carros elétricos da BYD fora da Ásia, foram parcialmente suspensas por determinação do Ministério Público do Trabalho (MPT) da Bahia. Desde novembro, o MPT, juntamente com outras agências governamentais, realizou verificações que identificaram as graves irregularidades na empresa terceirizada Jinjiang.

Força-tarefa

Uma força-tarefa composta pelo MPT, Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), Defensoria Pública da União (DPU) e Polícia Rodoviária Federal (PRF), além do Ministério Público Federal (MPF) e Polícia Federal (PF), resgatou os 163 trabalhadores e interditou os trechos da obra sob responsabilidade da Jinjiang.

A BYD Auto do Brasil afirmou que “não tolera o desrespeito à dignidade humana” e transferiu os 163 trabalhadores para hotéis da região. A empresa reiterou seu compromisso com o cumprimento integral da legislação brasileira, especialmente no que se refere à proteção dos direitos dos trabalhadores.

Uma audiência foi marcada para esta quinta-feira, 26, para que a BYD e a Jinjiang apresentem as providências necessárias à garantia das condições mínimas de alojamento e negociem as condições para a regularização geral do que já foi detectado.

O Ministério das Relações Exteriores da China afirmou que sua embaixada e consulados no Brasil estão em contato com as autoridades brasileiras para verificar a situação e administrá-la da maneira adequada. A porta-voz da diplomacia chinesa, Mao Ning, em Pequim, destacou que o governo chinês sempre deu a maior importância à proteção dos direitos legítimos e aos interesses dos trabalhadores, pedindo às empresas chinesas que cumpram a lei e as normas.

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