Hospital público pede ajuda para diarista comprar remédios para filho internado

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Hospital público solicita que diarista compre remédio para filho internado

Família é de baixa renda e não tem condições de arcar com a medicação. O paciente é PCD e está internado na unidade de terapia intensiva

O Hospital Regional de Santa Maria (HRSM), unidade da rede pública de saúde, começou a pedir para a mãe de um paciente a aquisição de remédios necessários no tratamento do filho.

Aproximadamente 13 dias atrás, Marlene Bispo dos Santos, de 39 anos, internou o filho Thiago Bispo Lima (foto em destaque), 22, no HRSM. O rapaz está enfrentando um quadro grave de pneumonia e embolia pulmonar.

“Eles estão me passando receitas, achei absurdo e não tenho condições. Vivo de bicos fazendo limpeza. Pago água, luz e moro sozinha. Se eu não levar os remédios, meu filho vai ficar sem tratamento”, relata Marlene.

Thiago é uma pessoa com deficiência (PCD), com diagnóstico de retardo mental grave, epilepsia e diabetes. O jovem está internado na unidade de terapia intensiva (UTI). A família mora em Samambaia Sul e é de baixa renda. Um dias antes da internação de Thiago, o padrasto do rapaz, José Geraldo Vidal da Silva, 39, faleceu vítima de pneumonia.

Ainda lidando com o luto pela perda do companheiro, Marlene está apreensiva pela saúde do filho. “Eu já passei por tantas tristezas nos últimos dias”, desabafa.

A aflição evoluiu para medo e insegurança após o hospital passar a solicitar os medicamentos. Para Marlene, a unidade é pública e deveria garantir a medicação necessária.

Marlene recebeu receitas para adquirir Topiramato, um medicamento utilizado no tratamento de convulsões, e em seguida para Clobazam, indicado para ansiedade e epilepsia.

Marlene conseguiu um medicamento na Farmácia Popular e comprou outro com doações de amigas. “Agora, passaram receita e pediram medicamento para diarreia. Eu não tenho dinheiro para comprar”, lamenta.

O HRSM é gerido pelo Instituto de Gestão Estratégica de Saúde do Distrito Federal (Iges-DF), que respondeu aos questionamentos por meio de nota. O instituto informa que durante uma conversa com a família do paciente T.B.L, a equipe médica foi informada que o paciente faz uso contínuo, em casa, de medicamentos de alto custo, que não são necessários durante sua internação no hospital. A equipe concedeu uma receita para que ao receber alta, o paciente pudesse ter sua medicação em casa.

O chefe médico da UTI do HRSM está acolhendo a família e garantindo que tenham o melhor entendimento, esclarecendo as dúvidas em relação ao episódio.

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