Como infecção por HPV pode virar câncer de colo de útero? Entenda
Principal fator de risco para o tumor é a infecção pelo vírus sexualmente
transmissível; doença pode ser prevenida com vacina
O câncer de colo de útero, também chamado de câncer cervical, é causado pela
infecção pelo papilomavírus humano (DE). Transmitida por meio de relações
sexuais desprotegidas, a doença pode ser evitada por meio da vacinação e,
portanto, a conscientização é fundamental. Diante disso, nesta quarta-feira (26)
é reconhecido o Dia Mundial do Câncer de Colo de Útero.
Na maioria das vezes, a infecção pelo vírus HPV não causa sintomas. No entanto, em alguns casos, as células sofrem alterações
que podem evoluir para o câncer ao longo dos anos.
O câncer de colo de útero é 98% das vezes relacionado ao HPV”, afirma Márcia
Datz Abadi, oncologista e diretora médica da MSD Brasil, à CNN. “O HPV tem uma
série de sorotipos, mais de 200, mas existe em torno de 14 deles que são
oncogênicos, ou seja, que causam câncer. E esse vírus é latente, fica dentro das
células da mucosa do colo do útero e, dentro do DNA desse vírus, podem ocorrer
mutações que podem levar ao câncer”, explica.
As mutações nas células infectadas pelo HPV podem ocorrer ao longo da vida. Isso
significa que uma pessoa que contraiu o vírus pode levar anos para detectar
lesões pré-cancerígenas ou, até mesmo, o câncer.
De acordo com o Instituto Nacional do Câncer (Inca), a estimativa é de que, para
cada ano do triênio 2023-2025, mais de 17 mil novos casos de câncer de colo de
útero sejam registrados no Brasil. Entre os fatores de risco estão as relações sexuais
sem preservativos, o tabagismo e o uso prolongado de pílulas anticoncepcionais.
COMO O HPV E AS LESÕES CANCERÍGENAS PODEM SER DETECTADOS?
A detecção precoce do câncer de colo de útero é fundamental para aumentar a
chance de tratamento e cura. Ela pode ser feita por meio de exames clínicos,
laboratoriais e radiológicos. O exame preventivo — ou seja, aquele feito em
pessoas sem sintomas sugestivos da doença — é o Papanicolau,
capaz de detectar lesões pré-cancerígenas e fazer o diagnóstico precoce.
O exame pode ser feito em postos ou unidades de saúde da rede pública e sua
realização periódica permite reduzir a ocorrência e a mortalidade pela doença.
Além do Papanicolau, a colposcopia permite a visualização da vagina e do colo de
útero com um aparelho chamado colposcópio, capaz de detectar lesões anormais
nessa região. As células anormais detectadas por esses exames são analisadas em
uma biópsia, que confirma o diagnóstico de câncer.