Hugo Motta comenta derrubada do IOF no Congresso em jantar na casa de Doria: ‘Parlamento aguerrido em ação’

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Em jantar na casa de Doria, Hugo Motta comenta derrubada do IOF no Congresso:
‘Retrato de um parlamento muito aguerrido’

O presidente da Câmara se reuniu com o prefeito Ricardo Nunes, o ex-Ministro da Fazenda Henrique Meirelles e outras figuras políticas nesta segunda (30). Em declaração, deputado afirmou que não há vontade de criar instabilidade.

Hugo Motta e João Doria se encontraram em um jantar na residência do ex-governador nesta segunda-feira (30). O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta, comentou a decisão do Congresso Nacional de derrubar três decretos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) que aumentavam o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF). Motta estava reunido com outras figuras políticas em jantar na casa do ex-governador de São Paulo, João Doria, nesta segunda-feira (30).

“A polarização existe, mas precisamos descobrir o que podemos fazer pelo país. Nós temos esse espírito colaborativo, e essa vontade não está alterada. É da democracia discordar”, disse sobre a decisão. “A votação da última semana foi um retrato de um parlamento muito aguerrido, pronto para fazer um enfrentamento a favor do país”.

Estavam presentes na reunião, além de Doria e Motta, o prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes; o ex-prefeito da cidade, Gilberto Kassab; o ex-governador do estado de São Paulo, Rodrigo Garcia; o ex-Ministro da Fazenda Henrique Meirelles, o deputado federal Antônio Brito; e o presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Antônio Alban. Em nota divulgada durante o jantar, Motta afirmou que não é a intenção dos políticos que revogaram o decreto causar “instabilidade”.

Na última semana, o Congresso Nacional votou pela revogação do aumento de imposto feito por meio de decreto presidencial. Segundo o Ministério da Fazenda, sem o IOF mais alto, será necessário ampliar o bloqueio de gastos no Orçamento de 2025 para evitar o descumprimento da meta fiscal. Antes da votação, a ministra da Secretaria de Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, havia alertado que a derrubada da medida exigirá novos cortes de despesas, prejudicando programas sociais e investimentos importantes para o país, afetando inclusive a execução das emendas parlamentares.

O governo informou que, sem o aumento do IOF, o bloqueio no orçamento, de R$ 31,3 bilhões — o maior dos últimos cinco anos — teria que ser ainda maior. A equipe econômica destacou que a elevação do IOF era uma das principais apostas para fechar as contas públicas e perseguir a meta de déficit zero. Sem os decretos, a estimativa de arrecadação cai em R$ 10 bilhões, o que deve exigir novos bloqueios de gastos.

Após a decisão, o Ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse que a escolha de recorrer contra à derrubada — que ainda não foi tomada — não seria um ataque ao Congresso. O governo quer uma batalha jurídica, e não política, sobre o IOF. Como alternativa aos recuos no IOF, a equipe econômica editou uma medida provisória propondo aumento de outras receitas, como a taxação das apostas online (bets), tributação de criptoativos, fim da isenção para juros sobre capital próprio e unificação do Imposto de Renda sobre investimentos. Se a medida também for rejeitada, técnicos da Fazenda alertam que será necessário ampliar ainda mais o bloqueio no orçamento deste ano.

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