O presidente da Câmara, Hugo Motta, publicamente criticou o governo Lula após a votação do projeto de lei Antifacção. Ele afirmou que o Palácio do Planalto escolheu o caminho errado ao orientar sua base contra o texto aprovado pela Casa e acusou o governo de criar falsas narrativas. Essas declarações ocorreram logo após Lula afirmar que o projeto enfraquece o combate ao crime. Motta ressaltou a importância de clareza nas medidas de segurança pública para enfrentar facções e milícias. Ele destacou que desinformar a população com inverdades é grave. O presidente da Câmara afirmou que não é possível enfrentar a violência das ruas com falsas narrativas e criticou o governo por não se somar ao esforço de união.
A base governista votou contra o texto apresentado pelo relator Guilherme Derrite, que originou-se do Executivo. Alguns aliados de Lula discordaram de pontos como o financiamento da Polícia Federal e o risco de sobreposição de legislações. A disputa política em torno da pauta aumentou devido ao fato de Derrite ser secretário de Segurança de Tarcísio de Freitas, possível candidato da oposição à Presidência. Lula afirmou que o texto atual altera trechos essenciais do PL original enviado pelo governo e que enfraquece o combate ao crime. Ele mencionou que trocar o certo pelo duvidoso apenas favorece quem quer escapar da lei.
O novo marco legal aprovado estabelece penas mais severas para integrantes de facções, milícias e grupos paramilitares, podendo chegar a 66 anos em casos específicos. Além disso, restringe a progressão de regime, amplia o confisco antecipado de bens e cria um banco nacional de registro de criminosos. Todas as condutas descritas passam a ser consideradas crimes hediondos. O governo tentou modificar trechos da proposta através de destaques, mas foi derrotado em todas as tentativas. O projeto foi aprovado por ampla maioria na Câmara, com 370 votos a favor e 110 contrários. A oposição buscou equiparar facções a terrorismo, mas Motta rejeitou as sugestões por considerá-las estranhas ao texto.




