Hugo Motta defende projeto Antifacção e rebate críticas de Lula e Haddad

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Pelo segundo dia consecutivo, o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), voltou às redes sociais para defender o PL Antifacção e rebater críticas feitas pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva e pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, ao texto aprovado pela Câmara. Motta afirmou que ‘há muita gente tentando distorcer os avanços do Marco Legal de Combate ao Crime Organizado’ e questionou ‘por que alguém teria interesse em enfraquecer uma legislação que endurece contra criminosos’. O presidente da Câmara agradeceu o apoio ‘de milhões de brasileiros’ e voltou a divulgar um vídeo do ex-capitão do Bope Rodrigo Pimentel, apresentado como especialista que ‘esclarece’ pontos contestados pelo governo.
A ofensiva de Motta ocorre depois de Lula e Haddad afirmarem que o texto aprovado ‘enfraquece o combate ao crime’, altera dispositivos centrais do projeto original do governo e gera insegurança jurídica. O Planalto também apontou riscos ao financiamento da Polícia Federal (PF) e à atuação da Receita Federal em portos e fronteiras — pontos considerados sensíveis dentro da estrutura federal. Motta, porém, vem utilizando as redes para tentar cristalizar uma narrativa oposta.
No vídeo compartilhado em ambas as postagens, Rodrigo Pimentel responde à declaração de Haddad sobre o eventual enfraquecimento financeiro da PF. Ele afirma que o ministro está enganado ao sugerir que o texto aprovado desidrata recursos provenientes de bens confiscados. ‘Observamos uma crítica do ministro Haddad, que diz que esse PL enfraquece a Polícia Federal no trecho que trata do destino dos bens apreendidos. Isso não é verdade’, diz Pimentel. Segundo ele, a fatia dos bens apreendidos hoje destinada ao Fundo Nacional de Segurança Pública é ‘muito pequena’ — cerca de 4% — e, portanto, o impacto seria irrelevante.
Na postagem publicada na quarta-feira, Motta já havia afirmado que ‘a Câmara escolheu o caminho certo’ e que o texto responde à demanda da população por medidas mais duras contra o crime organizado. Ele também reforçou que a votação — com 370 votos a favor e 110 contra — representou uma derrota expressiva do governo na área de segurança pública e indicou que a Câmara não pretende recuar.
O endurecimento da defesa pública do projeto coincide com o esforço do governo para reverter, no Senado, pontos considerados críticos. O relator na Casa, Alessandro Vieira (MDB-SE), já indicou que fará ajustes de mérito e de constitucionalidade no texto do deputado Guilherme Derrite (PP-SP), incluindo dispositivos sobre o financiamento integral da PF e a definição de novas figuras penais.
Lula afirmou nas redes sociais que o texto dos deputados ‘troca o certo pelo duvidoso’ e ‘gera insegurança jurídica’, e pediu que o Senado conduza a análise com ‘responsabilidade’. Haddad, por sua vez, disse que a proposta ‘facilita a vida dos líderes do crime organizado’ e ‘fragiliza operações da Receita e da PF’. A reação de Motta amplia o desgaste entre Câmara e governo e indica que o presidente da Casa pretende manter a disputa política em torno do tema enquanto o Senado se prepara para revisar o projeto.

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