Hugol é referência em cirurgias cardíacas em crianças no Centro-Oeste

Pesquisas apontam que, a cada mil crianças que nascem no Brasil, pelo menos dez sofrem de alguma cardiopatia, principal causa de mortes de recém-nascidos. No Centro-Oeste, o Hospital Estadual de Urgências Governador Otávio Lage de Siqueira (Hugol) é referência para casos que exijam intervenção hemodinâmica ou cirúrgica pelo Sistema Único de Saúde (SUS). De janeiro de 2020 a fevereiro de 2023, a unidade do Governo de Goiás realizou mais 500 cirurgias e procedimentos hemodinâmicos em crianças, realizados por meio do Complexo Regulador Estadual.

Apenas em 2022, foram realizados 1.291 ecocardiogramas e 295 atendimentos ambulatoriais a crianças com algum tipo de cardiopatia de Goiás e de outros Estados. No tratamento clínico, em que não é necessária a cirurgia, o atendimento é realizado pelo Hospital Estadual da Criança e do Adolescente (Hecad), e os recém-nascidos são direcionados ao Hospital Estadual da Mulher (Hemu).

Segundo a cirurgiã cardiopediátrica do Hugol, Laura Amaral Barboza, o hospital já realizou vários procedimentos inéditos e trabalha, atualmente, com uma técnica cirúrgica alternativa para o tratamento de tetralogia de Fallot – condição rara causada por uma combinação de quatro defeitos cardíacos presentes no nascimento.

“O tratamento é totalmente humanizado. Os familiares participam de tudo, inclusive levam o paciente para dentro do centro cirúrgico. Muitas vezes, as crianças adormecem nos braços dos pais antes de fazer a cirurgia, e isso auxilia para que não haja nenhum trauma de separação. Além disso, temos o serviço de psicologia e serviço social que acompanha essas famílias”, ressalta a médica.

A enfermeira responsável pela Unidade de Terapia Intensiva (UTI) cardiopediátrica da unidade, Mariana Isaac Remígio Capel, reforça a importância da humanização no tratamento. “A criança tem o direito de ter acompanhante 24 horas, e nós realizamos o acolhimento desse acompanhante”, garante. “Acreditamos que a recuperação necessita desse vínculo, pois observamos que quando ele existe a criança responde melhor o tratamento”, explica.

 

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BYD cancela contrato com empreiteira após polêmica por trabalho escravo

Na noite de segunda-feira, 23, a filial brasileira da montadora BYD anunciou a rescisão do contrato com a empresa terceirizada Jinjiang Construction Brazil Ltda., responsável pela construção da fábrica de carros elétricos em Camaçari, na Bahia. A decisão veio após o resgate de 163 operários chineses que trabalhavam em condições análogas à escravidão.

As obras, que incluem a construção da maior fábrica de carros elétricos da BYD fora da Ásia, foram parcialmente suspensas por determinação do Ministério Público do Trabalho (MPT) da Bahia. Desde novembro, o MPT, juntamente com outras agências governamentais, realizou verificações que identificaram as graves irregularidades na empresa terceirizada Jinjiang.

Força-tarefa

Uma força-tarefa composta pelo MPT, Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), Defensoria Pública da União (DPU) e Polícia Rodoviária Federal (PRF), além do Ministério Público Federal (MPF) e Polícia Federal (PF), resgatou os 163 trabalhadores e interditou os trechos da obra sob responsabilidade da Jinjiang.

A BYD Auto do Brasil afirmou que “não tolera o desrespeito à dignidade humana” e transferiu os 163 trabalhadores para hotéis da região. A empresa reiterou seu compromisso com o cumprimento integral da legislação brasileira, especialmente no que se refere à proteção dos direitos dos trabalhadores.

Uma audiência foi marcada para esta quinta-feira, 26, para que a BYD e a Jinjiang apresentem as providências necessárias à garantia das condições mínimas de alojamento e negociem as condições para a regularização geral do que já foi detectado.

O Ministério das Relações Exteriores da China afirmou que sua embaixada e consulados no Brasil estão em contato com as autoridades brasileiras para verificar a situação e administrá-la da maneira adequada. A porta-voz da diplomacia chinesa, Mao Ning, em Pequim, destacou que o governo chinês sempre deu a maior importância à proteção dos direitos legítimos e aos interesses dos trabalhadores, pedindo às empresas chinesas que cumpram a lei e as normas.

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