IBGE adia fim do Censo 2022 por falta de servidores na coleta de dados

O Censo 2022, com previsão de término da coleta de dados neste mês, foi adiado para dezembro por falta de servidores. O problema foi revelado após vários dos aprovados no processo seletivo reclamarem do atraso na remuneração, dificuldade de acesso em algumas localidades e até violências, como roubo. A coleta de dados começou em agosto em todo o país.

Foram realizados questionários com 48% da população estimada, total inferior ao contabilizado nos primeiros 57 dias de trabalho do Censo 2010. a quantidade de trabalhadores em atuação é de 52,2% das vagas disponíveis, correspondente a 95.448 pessoas.

O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE), responsável pelo processo, afirma que irá reavaliar as estratégias para atrair mais servidores temporários para concluir a pesquisa nacional. O custo da operação, inclusive, pode ser além do previsto, atualmente em R$ 2,3 bilhões discriminados em orçamento.

“Queremos entregar ainda este ano os primeiros dados para cumprir a exigência do Tribunal de Contas do Município, por causa do Fundo de Participação dos Municípios”, afirmou  diretor de pesquisas do IBGE, Cimar Azeredo, ao G1.

O balanço mais recente apontou que o estado com a coleta de dados mais avançada é Sergipe (80,78%), em segundo lugar Rio Grande do Norte (79,69%) e depois Piauí (79,06%). O atraso é maior em Mato Grosso (38,49%), Roraima (45,18%) e Acre (48,79%).

A recusa às visitas dos recenseadores ocorre mais em Rio de Janeiro (3,75%), São Paulo (3,74%), Roraima (3,64%). Ao todo, 99,5% dos questionários foram realizados presencialmente e o restante pela internet e pelo telefone.

Na seleção mais recente feita há três semanas, o IBGE abriu vagas para 7.795 vagas para recenseador e 435 para agentes censitários municipais ou supervisores. A primeira função tem contrato de trabalho com duração de três meses e a remuneração é variável, enquanto a segunda tem vigência por cinco meses e vencimentos de R$ 1.700 para supervisor e R$ 2.100 para municipal.

 

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Ponte TO-MA: Agência irá avaliar qualidade da água de rio após queda de ponte

A Agência Nacional de Águas (ANA) anunciou nesta terça-feira, 24, que está avaliando a qualidade da água no Rio Tocantins, na área onde desabou a ponte Juscelino Kubitschek, entre os municípios de Aguiarnópolis (TO) e Estreito (MA). Essa medida se justifica devido à informação de que alguns dos caminhões que caíram no rio após a queda da ponte carregavam pesticidas e outros compostos químicos.

O foco das análises está no abastecimento de água a jusante (rio abaixo) a partir do local do acidente. A ANA, em conjunto com a Secretaria de Meio Ambiente do Maranhão, vai determinar os parâmetros básicos de qualidade da água e coletar amostras para as análises ambulatoriais. O objetivo é detectar os principais princípios ativos dos pesticidas potencialmente lançados na coluna d’água do rio Tocantins.

As notas fiscais dos caminhões envolvidos no desabamento apontam quantidades consideráveis de defensivos agrícolas e ácido sulfúrico na carga dos veículos acidentados. No entanto, ainda não há informações sobre o rompimento efetivo das embalagens, que, em função do acondicionamento da carga, podem ter permanecido intactas.

Devido à natureza tóxica das cargas, no domingo e segunda-feira, 23, não foi possível recorrer ao trabalho dos mergulhadores para as buscas submersas no rio. O Corpo de Bombeiros do Maranhão confirmou nesta terça-feira, 24, a morte de quatro pessoas (três mulheres e um homem) e o desaparecimento, até o momento, de 13 pessoas.

Sala de crise

Na quinta-feira, 26, está prevista a reunião da sala de crise para acompanhamento dos impactos sobre os usos múltiplos da água decorrentes do desabamento da ponte sobre o rio Tocantins. Além da própria ANA, outros órgãos participam da sala de crise, como o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Renováveis (Ibama), o Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden), o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) e o Ministério da Saúde.

O Dnit está com técnicos no local avaliando a situação para descobrir as possíveis causas do acidente. Segundo o órgão, o desabamento foi resultado porque o vão central da ponte cedeu.

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