Corpo de Dona Ivove Lara será velado hoje (17), na quadra da escola de samba Império Serrano
Cantora ícone do samba carioca Dona Ivone Lara, de 97 anos, morreu na noite da última segunda-feira (16), no Rio de Janeiro. Ela estava internada na Coordenação de Emergência Regional, anexa ao Hospital Miguel Couto, no Leblon, na zona sul do Rio, e faleceu em decorrência de insuficiência respiratória.
Dona Ivone Lara já vinha apresentando um quadro de anemia e precisou receber doações de sangue. Seu estado de saúde já era considerado bastante grave. No hospital, a família comentou a morte da sambista.
“Ela estava sempre procurando um caderninho pra escrever uma música, estava sempre cantarolando pro neto. Até a última semana ela estava super bem, com a cabeça ótima. Ela estava muito fraquinha, mas a cabeça estava ótima”, contou a nora Eliana Lara Martins da Costa.
O corpo de Dona Ivove Lara será velado hoje (17), na quadra da escola de samba Império Serrano.
Venerada por sambistas de diferentes gerações e chamada de “Rainha do samba” e “Primeira-dama do samba”, Dona Ivone fez shows há até pouco tempo atrás. Em 2016, celebrou os 95 anos numa apresentação que contou com outros artistas e seu neto André Lara, uma companhia constante. Em 2010, fora homenageada pelo Prêmio da Música Brasileira. A cantora estava se deslocando de cadeira de rodas e era amparada por familiares. Em suas aparições públicas, estava sempre sorridente e alinhada.
Dona Ivone Lara nasceu em 13 de abril de 1921, na Zona Sul do Rio. Foi a primeira filha da união entre a costureira Emerentina Bento da Silva e José da Silva Lara. Paralelamente ao trabalho, ambos tinham intensa vida musical: ele era violonista de sete cordas e desfilava no Bloco dos Africanos; ela era ótima cantora e emprestava sua voz de soprano a ranchos carnavalescos tradicionais do Rio, como o Flor do Abacate e o Ameno Resedá – nos quais Seu José também se apresentava.
Formada em Enfermagem e Serviço Social, com especialização em Terapia Ocupacional, Ivone Lara foi uma profissional na área até se aposentar em 1977.
Conhecida como a “Grande Dama do Samba”, ela nasceu em família de amantes da música popular e enfrentou o preconceito por ser mulher e sambista. Seu maior sucesso é “Sonho meu”, música que estourou nas paradas de sucesso com Maria Bethânia e Gal Costa.