Identificados desaparecidos políticos da ditadura na vala de Perus, SP

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Dois desaparecidos políticos da ditadura são identificados na vala clandestina de Perus em SP

As vítimas são Denis Casemiro e Grenaldo de Jesus Silva, que lutam contra o regime militar.

Restos mortais foram encontrados na vala clandestina de Perus — Foto: Reprodução/Prefeitura de SP

A Comissão Especial sobre Mortos e Desaparecidos Políticos anunciou a identificação dos restos mortais de Denis Casemiro e Grenaldo de Jesus Silva, desaparecidos políticos da ditadura, na vala clandestina de Perus, na Zona Norte de São Paulo.

Natural de São Luiz, Grenaldo era militar na Marinha brasileira. Um mês após o golpe de 1964, ele foi expulso da instituição por lutar contra a ditadura. Já Denis nasceu no interior de São Paulo. Era trabalhador rural e veio para capital trabalhar como operário em uma fábrica da Volkswagen.

O anúncio oficial da identificação foi realizado pela procuradora regional da República e presidente da comissão, Eugênia Augusta Gonzaga, em coletiva de imprensa na Unifesp nesta quarta-feira (16).

“Os dois tinham um sonho, um sonho de maior igualdade, de maior justiça social, de que as pessoas pobres fossem bem tratadas e mais felizes”, disse a procuradora.

O Brasil está precisando de identificações, o Brasil está precisando dessa memoria e dessa verdade. Por mais que a ditadura tenha mentido que essas pessoas não morreram em suas mãos, que essas pessoas simplesmente desapareceram, eu sempre digo: o DNA delas está li na vala de Perus, a maior prova da truculência daquele período.

A identificação das vítimas da ditadura é um trabalho do Projeto Perus, fruto de uma parceria entre o Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania, a Prefeitura de São Paulo e a Universidade Federal de São Paulo (Unifesp).

VALA CLANDESTINA

A Vala Clandestina de Perus está localizada no Cemitério Dom Bosco, na Zona Norte de São Paulo, e foi descoberta pelo repórter Caco Barcellos em 1990, enquanto ele investigava homicídios praticados por policiais militares.

Na década de 1970, em plena ditadura, a Comissão de Familiares de Desaparecidos Políticos denunciava a existência do cemitério clandestino na capital paulista.

Estado brasileiro pede desculpas a familiares de desaparecidos políticos durante à distadura militar.

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