Identificados os corpos de presos mortos em rebelião de presídio

A Superintendência de Polícia Técnico-Científica divulgou ontem que foram identificados até o final da tarde de ontem os corpos de Pablo Henrique Alves, Ravel Nery de Amorim, David de Oliveira Borges e Waldevir Xavier da Silva, quatro dos cinco mortos na rebelião do primeiro dia do ano ocorrida na Colônia Agroindustrial do Regime Semiaberto, no Complexo Prisional de Aparecida de Goiânia.

Dois corpos ainda continuam sendo submetidos a tratamento das impressões digitais para que os necropapiloscopistas tentem identificá-los. Isso não foi possível nas outras três vítimas. Com elas, segundo nota da SPTC, serão utilizados outros métodos científicos como a comparação por arcada dentária (odontologia legal), antropologia forense e, se necessário, um último recurso a ser adotado, é a identificação por exame de dna.

Foragidos

O Poder Judiciário concedeu aos 486 presos do regime semiaberto que possuem emprego e que dormem no presídio, o benefício de prisão domiciliar por 10 dias. A intenção é resguardar estes detentos da ação das facções criminosas responsáveis pela rebelião do dia 1º. Outra medida do Judiciário foi dar 72 horas para que os 87 presos do semiaberto que fugiram durante a rebelião se apresentem no presídio. Eles não sofrerão nenhum tipo de sanção por terem fugido. A Justiça entendeu que eles fugiram para resguardar suas vidas. Autoridades de segurança pública monitoram desde o ano passado as ações do Primeiro Comando da Capital (PCC) e do Comando Vermelho (CV) nos presídios goianos e sua disputa pelo tráfico de drogas no estado.

O relatório da vistoria feita na unidade prisional pelo Tribunal de Justiça já foi encaminhada à ministra Cármen Lúcia e confirma que a rebelião foi resultado da guerra entre o PCC e o CV.

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Indiciado, Bolsonaro diz que Moraes “faz tudo o que não diz a lei”

Após ser indiciado pela Polícia Federal (PF), o ex-presidente Jair Bolsonaro publicou em sua conta na rede social X, nesta quinta-feira (21), trechos de sua entrevista ao portal de notícias Metrópoles. Na reportagem, ele informa que irá esperar o seu advogado para avaliar o indiciamento. 

“Tem que ver o que tem nesse indiciamento da PF. Vou esperar o advogado. Isso, obviamente, vai para a Procuradoria-Geral da República. É na PGR que começa a luta. Não posso esperar nada de uma equipe que usa a criatividade para me denunciar”, disse o ex-presidente.

Bolsonaro também criticou o ministro Alexandre de Moraes, relator do processo no Supremo Tribunal Federal (STF). “O ministro Alexandre de Moraes conduz todo o inquérito, ajusta depoimentos, prende sem denúncia, faz pesca probatória e tem uma assessoria bastante criativa. Faz tudo o que não diz a lei”, criticou Bolsonaro.

Bolsonaro é um dos 37 indiciados no inquérito da Polícia Federal que apura a existência de uma organização criminosa acusada de atuar coordenadamente para evitar que o então presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva, e seu vice, Geraldo Alckmin, assumissem o governo, em 2022, sucedendo ao então presidente Jair Bolsonaro, derrotado nas últimas eleições presidenciais.

O relatório final da investigação já foi encaminhado ao Supremo Tribunal Federal (STF). Também foram indiciados pelos crimes de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado e organização criminosa o ex-comandante da Marinha Almir Garnier Santos; o ex-diretor da Agência Brasileira de Informações (Abin) Alexandre Ramagem; o ex-ministro da Justiça Anderson Torres; o ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) Augusto Heleno; o tenente-coronel do Exército Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro; o presidente do PL, Valdemar Costa Neto; e o ex-ministro da Casa Civil e da Defesa, Walter Souza Braga Netto.

Na última terça-feira (19), a PF realizou uma operação para prender integrantes de uma organização criminosa responsável por planejar os assassinatos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, do vice-presidente, Geraldo Alckmin, e do ministro Alexandre de Moraes.

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