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Idosa chilena guarda cadáver da amiga em mala durante um ano após pacto

Última atualização 12/04/2024 | 11:55

Uma mala abandonada na esquina de uma rua em Santiago do Chile, capita chilena, revelou um pacto inusitado entre duas idosas. Um catador de lixo foi o responsável por desvendar todo o mistério e trazer à tona o caso para as mídias.

Segundo jornais locais, o trabalhador teria encontrado a mala em uma rua de Ñuñoa, na zona leste da cidade, e decidiu levá-la para casa pois acreditava ter algo de valor dentro. No entanto, ele sentiu um ‘cheiro ruim’ e, ao se dar conta do conteúdo, abandonou a mala em um local próximo.

A polícia acabou encontrado o objeto e, durante a averiguação, foram encontrados restos mortais de uma mulher. Câmeras de seguranças próximas ao local onde a mala havia sido deixada foram verificadas e foi descoberto que uma senhora de 80 anos havia sido responsável por abandonar a mala na esquina.

Durante a investigação, a idosa contou para a polícia que os restos mortais pertenciam a uma amiga 21 anos mais nova e que havia morrido há cerca de um ano, vítima de câncer. Ainda segundo a idosa, as duas haviam se conhecido em uma paróquia e compartilhavam uma forte ligação religiosa, que incluiu um pacto entre as duas.

“Elas fazem este tipo de pacto para se isolarem do mundo, tinham aspiração de serem como freiras em clausura, de não terem mais contato com o (mundo) exterior (…) fazem esta espécie de pacto, em caso de morte de uma ou da outra, de não comunicar às autoridades e cuidar de tudo até o último momento”, explicou o procurador Francisco Lanas, responsável pelo caso.

A senhora contou que ambas viviam reclusas e que, por isso, decidiu não comunicar as autoridades sobre a morte da amiga. O corpo foi guardado por 12 meses, até o momento em que a idosa resolveu se desfazer dele.

“Entendemos que (a idosa) deve ter tido algum episódio, uma espécie de transtorno de consciência em algum momento. Ela percebe que a amiga está em uma mala e quer dar a ela uma sepultura”, afirmou Juan Fonseca, chefe da Divisão Metropolitana de Homicídios.

O caso está sendo investigado pela polícia chilena. A mulher de 80 anos foi indiciada por ocultação de cadáver, enquanto a filha dela foi chamada para depor como testemunha.