Mãe de 85 anos abandonada por filho advogado está em estado grave e desnutrida em uma unidade de saúde de Goiânia, sendo assistida por uma equipe multidisciplinar da Santa Casa de Misericórdia da cidade. O advogado em questão foi solto após audiência de custódia e está proibido de se aproximar da mãe, que atualmente se encontra internada na UTI.
A idosa foi deixada no Centro de Atenção Integral à Saúde (Cais) Jardim América em estado grave, com lesões pelo corpo, desnutrida e suja de fezes e urina. O advogado responsável pelo abandono não teve seu nome divulgado pela polícia, dificultando o contato da defesa para se posicionar sobre o caso. A Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) em Goiás assegurou que está acompanhando o caso para garantir o amplo direito de defesa e contraditório.
A equipe da Santa Casa informou que a idosa está sob assistência há quatro dias e, além das lesões físicas, apresenta dificuldades para respirar e se comunicar. Uma assistente social denunciou o abandono da idosa, possibilitando a identificação dos possíveis filhos e a localização do advogado responsável. Mesmo alegando cuidar da mãe da melhor forma, o advogado admitiu tê-la deixado no Cais e continuou visitando-a posteriormente.
O advogado foi preso em flagrante por suspeita de abandono da mãe na unidade de saúde e posteriormente conduzido à Delegacia Especializada em Apoio ao Idoso (DEAI). Durante a investigação, foi revelada a informação de que grande parte da pensão da idosa estava sendo comprometida por empréstimos realizados pelo advogado em benefício próprio. Após uma audiência de custódia, ele foi solto, porém com a restrição de se aproximar da mãe e de seu apartamento.
Este não foi o primeiro caso de maus-tratos contra a idosa pelo advogado, que já havia sido preso anteriormente. O outro filho da idosa, que reside em São Paulo, comprometeu-se a arcar com os custos do tratamento e solicitar a curatela da mãe. A OAB de Goiás, por meio de seu Sistema de Defesa das Prerrogativas, acompanha o caso para assegurar o direito de defesa e apurar as infrações, mas ressalta que não comenta prisões ou condenações de seus inscritos.