Idosa viraliza após ter macaco de estimação apreendido no Ceará
Vídeo da entrega do macaco aos policiais teve milhões de visualizações. A
Polícia afirma que o documento de registro do animal é falso; família diz que
comprou o animal legalmente.
Idosa influencer tem macaco de estimação apreendido no Ceará
[https://s04.video.glbimg.com/x240/13379743.jpg]
O Batalhão de Polícia do Meio Ambiente do Ceará (BPMA) apreendeu, na semana
passada, um macaco-prego que era criado como animal doméstico por uma mulher de
60 anos, no município de Icó, no interior do Ceará. Conforme a polícia, o
documento de registro do animal era falso. A família afirmou que o animal foi
adquirido legalmente e vai acionar a Justiça.
A dona do animal, identificada como Avani Cordeiro, de 60 anos, produz vídeos
para as redes sociais e é conhecida como ‘Vovó das Comidas’. Ela possui mais de
230 mil seguidores no perfil no TikTok. O macaco-prego apreendido, chamado
Pedrinho, é personagem recorrente nos vídeos da idosa, nos quais aparece
compartilhando refeições com ela.
A apreensão do primata ocorreu no dia 20 de fevereiro. Conforme a Secretaria de
Segurança Pública do Ceará (SSPDS), uma equipe do BPMA de Juazeiro do Norte foi
até a casa de Avani, em Icó, para realizar a busca do animal após denúncias de
que um macaco era mantido em cativeiro na residência.
O momento da entrega Pedrinho foi registrado e compartilhado nas redes sociais.
O vídeo obteve 5 milhões de visualizações somente no perfil de Avani, que
posteriormente gravou outros vídeos nos quais aparece pedindo ajudar para reaver
o macaco. (Veja no vídeo acima)
No Brasil, é possível ter macacos como animais de estimação desde que sejam
nascidos em cativeiro, adquiridos de um criadouro autorizado e licenciados pelas
autoridades ambientais, como o Ibama e as secretarias estaduais.
De acordo com os policiais, o macaco Pedrinho estava sendo mantido preso por uma
corda na varanda da residência (veja na foto abaixo). Avani apresentou a
documentação de registro do animal, mas a Polícia afirmou que o documento era
falso.
A idosa foi levada para a delegacia, onde entregou o macaco Pedrinho e assinou
um Termo Circunstanciado de Ocorrência (TCO) por suspeita de crime ambiental.
Depois, o animal foi entregue a uma organização de proteção animal em Juazeiro
do Norte.
Ao DE [http://DE.com.br/ce], a família de Avani disse que o macaco foi adquirido
legalmente, ainda pequeno, com documentação e chip, no Rio de Janeiro. Ele
estava com a família há mais de quatro anos, e teria sido criado com liberdade
na residência da zona rural.
“É um senhora de 60 anos, já vive com ele já há muito tempo, tudo. Já tem assim
um dom pra criar ele. E ele foi comprado legalizado, não foi comprado de feira”,
disse Charles, filho de Avani. Eles disse que a família pretende acionar a
Justiça para reaver o animal, e relatou que a mãe tem tido problemas de saúde
desde a apreensão do macaco.
> “[Ele era criado] solto, era solto com ela. Você vê os vídeos com ela aí, os
> vídeos do TikTok aí, é ele mais ela 24 horas”, disse. “É um macaco bem criado.
> Um macaco daquele não tem condições de ir pra mata, foi criado com ela desde
> novinho”
De acordo com a apuração do DE [http://DE.com.br/ce], no documento apresentado
constava o nome do criadouro Paraíso dos Macacos, localizado em Xanxerê, Santa
Catarina. O estabelecimento é o único criadouro autorizado no Brasil a negociar
macacos-prego.
No entanto, quando a equipe policial pesquisou no sistema as outras informações
que constavam documento, descobriu que os dados apresentados pertenciam, na
verdade, a uma empresa de Quixelô, no sertão cearense.
Charles afirmou que a família contratou um advogado para verificar a
documentação e entender se houve algum problema, mas que, no ato da compra, já
recebeu a documentação do que jeito que ela foi apresentada à Polícia.
A família de Avani também reclama que, ao tentar visitar o animal em Juazeiro do
Norte, na última segunda-feira (24), foram informados de que o animal teria sido
despachado para uma instalação no Recife, em Pernambuco.
O DE [http://DE.com.br/ce]não conseguiu confirmar a informação se o animal havia
sido enviado ao estado vizinho, nem qual é o atual paradeiro do macaco.