Idoso é morto no Engenho Novo em conflito de facções no Rio de Janeiro

‘Deram tiros no meu pai para acabar com a operação’, diz filho de idoso morto no Engenho Novo

O aposentado Antônio Alves da Costa, de 76 anos, faleceu após ser baleado no pescoço na manhã desta quarta-feira (8), em um dos acessos do Morro São João. O militar da Marinha, Hugo Leonardo de Souza Alves, filho de Antônio, desabafou sobre a tragédia, afirmando: “Eu não acredito em bala perdida. Deram tiros no meu pai para acabar com a operação”.

Antônio Alves da Costa é mais uma vítima da guerra entre facções rivais no Rio de Janeiro. Bandidos do Comando Vermelho (CV), dominantes no São João, no Engenho Novo, tentam controlar o tráfico de drogas no Morro dos Macacos, em Vila Isabel, área sob domínio do Terceiro Comando Puro (TCP). A violência resultou em ao menos 12 mortes nos últimos meses na região.

A Polícia Militar informou que PMs da Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) São João foram alvo de tiros vindos de uma área de mata no Morro São João e revidaram. Em meio à disputa de território entre facções, a PM trocou o comando da UPP no Morro dos Macacos, em Vila Isabel, na última segunda-feira (6).

Segundo relatos do filho, Antônio Alves da Costa foi atingido no pescoço enquanto estava perto de um acesso ao Morro São João e faleceu ao lado do andador. O aposentado, que deixou três filhos e cinco netos, passava por fisioterapia e se recuperava de um AVC.

A família de Antônio destaca sua paixão pelo Rio, mesmo sendo cearense, lembrando que ele gostava de dançar e viajar. O corpo foi encaminhado ao Instituto Médico-Legal (IML) do Centro do Rio para autópsia. A Polícia Civil, por meio da Delegacia de Homicídios da Capital (DHC), está investigando o caso.

Hugo Leonardo de Souza Alves expressou sua indignação com a situação, levantando a hipótese de que os tiros que atingiram seu pai foram direcionados para interromper uma operação policial. A família aguarda informações sobre o velório e o enterro, enquanto lamenta a perda repentina de Antônio Alves da Costa no Engenho Novo.

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Traficantes usam drones para monitorar operações policiais em comunidade de Serrinha: líder do tráfico é investigado.

Traficantes usam drones para monitorar operação das autoridades de segurança na comunidade de Serrinha, localizada em Madureira. De acordo com as investigações, a quadrilha liderada pelo traficante William Yvens da Silva, conhecido como Coelhão, é responsável pelo monitoramento, sendo ele homem de confiança de Wallace Brito Trindade, conhecido como Lacoste, o qual lidera o tráfico no complexo.

Os criminosos utilizam drones para monitorar as ações da Polícia Militar na região, como ocorreu na última quinta-feira (9) quando operação do 9º BPM (Rocha Miranda) estava em andamento. Através de rádios de comunicação, os olheiros do tráfico mantinham o restante da quadrilha informado sobre a movimentação dos policiais e dos veículos blindados.

Os olheiros, como são chamados os responsáveis por monitorar os passos da polícia, não precisam mais ficar em locais estratégicos e expostos, pois a utilização de drones permite obter informações em tempo real de forma privilegiada. Com isso, a dinâmica da vigilância do tráfico tem mudado, tornando-se mais sofisticada e eficiente.

Lacoste, líder do tráfico no Complexo da Serrinha, está envolvido em polêmicas, como o caso de tortura de mulheres que tiveram os cabelos raspados à força devido à desavença com o grupo. As imagens viralizaram nas redes sociais, gerando repercussão em relação à violência imposta pelo tráfico na região.

Além disso, a Polícia Militar conseguiu apreender drogas e um fuzil durante a operação, porém nenhum suspeito foi preso. A utilização de drones para monitorar ações policiais e lançar explosivos em comunidades como o Complexo de Israel e Quitungo, na Zona Norte, tem sido alvo de investigações pela Polícia Civil.

A investigação visa coibir a utilização indevida desses equipamentos por traficantes rivais, visando a segurança da população e das autoridades. Em casos anteriores, traficantes do Complexo de Israel e Quitungo foram feridos por estilhaços de explosivos lançados por drones, demonstrando a gravidade da situação. A utilização desses dispositivos de forma criminosa representa um desafio para as forças de segurança no combate ao crime organizado.

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