Após não conseguir ver Kira em cão terapia, idoso realiza sonho de conhecer cadela do Baep: ‘Vai transmitir energia e esperança’
Laércio de Lima, de 78 anos, ficou ansioso após saber que a pastor-belga visitava pacientes no Hospital de Esperança, mas não conseguiu conhecê-la, até que finalmente viveu o encontro tão esperado.
Ao saber que a cadela Kira, do Canil do 8º Batalhão de Ações Especiais de Polícia (Baep), visitava pacientes do Hospital de Esperança de Presidente Prudente (SP), Laércio de Lima Mingroni, de 78 anos, ficou tomado pela expectativa de viver aquele encontro. Ele queria sentir o carinho e a energia que a pastor-belga malinois transmite por onde passa. Naquele dia, porém, entre um procedimento e outro, conseguiu apenas a ver de relance. O sonho ficou guardado — até ser finalmente realizado na tarde desta quinta-feira (23).
Em entrevista ao DE, Renata Oliveira Mingroni Ricci, filha de Laércio, contou que o pai sempre foi forte e saudável, mas, de repente, a família foi surpreendida pelo diagnóstico de câncer. Ele foi caminhoneiro e tem muitas histórias e aventuras em sua trajetória. Há um ano, foi iniciado o tratamento e evoluiu bem. No entanto, há cerca de 20 dias, o quadro de saúde piorou, e, após uma queda que causou hemorragia, Laércio precisou ser internado. Foi no dia que recebeu alta médica que ele soube da existência de Kira.
“Foi falado para ele da Kira, que a cachorra ia ao hospital, transmitia um sentimento, uma energia. Só que nesse dia, ele estava em consulta e não deu tempo. O médico entrou e deu alta, e ele foi embora”, contou ao DE. De volta para casa, a lembrança da cadela não saía da mente do idoso. “A gente observou que ele estava com vontade de ver ela [Kira] e queria sentir aquela energia dela. Aí a gente falou de levar ele em uma terça-feira no hospital para ver a cadela, mas ele ficou receoso”, disse a filha.
Até que um dos filhos acionou um amigo que conhecia a equipe do Canil. “Aí, quando foi hoje, meu irmão ligou e falou que tinha dado certo de realizar a visita e se ele queria. Ele balançou a cabeça e disse que queria, sim, e contou que dizia ‘Ela vai me cheirar, vai lamber minha barriga, vai ver meu tumor e me transmitir uma energia, uma esperança’. Aí ele olhava, brincava e falava que a gente tem que acreditar em tudo”, lembra Renata, emocionada. A família, que mora em Anhumas (SP), passou antes por uma consulta médica no Hospital de Esperança e, em seguida, seguiu para o Canil do 8º Baep, em Presidente Prudente, onde o encontro aconteceu — repleto de afeto e emoção.
“Para nós, foi muito especial. A gente não imaginava que seria assim. É uma luta, dia a dia, na esperança de que ele fique bem e mais um pouco com a gente”, relatou Renata. O momento foi ainda mais marcante porque Laércio nunca foi muito ligado a animais. “Ele brincava, passava a mão, mas nada muito perto”, comentou. Na véspera do encontro, a família viveu um dos momentos mais delicados da luta do idoso contra a doença. “Acho que vai ser muito importante. Desde ontem à noite ele estava bem triste, que ele não se sentiu bem. Perguntamos ‘O que você tem, pai? O que está sentindo?’ e pela primeira vez ele falou ‘Tô sentindo que eu tô morrendo’”, relatou Renata. OBS: DE trata-se da sigla do portal de notícias Globo.
