A cidade do Rio de Janeiro vivencia um drama nas filas em busca do cartão de gratuidade do sistema de bilhetagem Jaé. Com a aproximação do início da operação exclusiva do novo sistema, idosos enfrentam horas de espera, sol forte, frio intenso e até desmaios na tentativa de conseguir o cartão de benefício. A situação se torna uma verdadeira prova de resistência para a terceira idade, que se vê obrigada a suportar condições adversas em busca de um direito garantido por lei.
Na manhã de quarta-feira, a fila para retirada ou solicitação do cartão Jaé já dobrava quarteirões na Cidade Nova. Idosos, como Juracy Cabral da Silva, de 74 anos, enfrentam dificuldades de saúde e físicas enquanto esperam por atendimento. O cenário de desamparo se agrava quando idosos como Marli Peçanha, de 71 anos, tentam resgatar o cartão sem sucesso repetidas vezes, sem receber explicações plausíveis para tanta demora e dificuldade.
O desgaste emocional também é evidente, especialmente quando idosos como Maria das Dores, de 70 anos, se veem impedidos de obter o cartão após diversas tentativas frustradas. A falta de estrutura adequada nos postos de atendimento, somada à ausência de informações claras e à burocracia excessiva, expõe a vulnerabilidade e a indignação da terceira idade diante do descaso enfrentado na busca por um direito que lhes é assegurado.
A realidade contrasta com a promessa de modernização trazida pelo Jaé, que substituirá o Riocard nos transportes municipais. A infraestrutura precária para a transição entre os sistemas evidencia os problemas enfrentados por quem mais precisa do benefício. Idosos como Audir Ramos e Sandra Francisco, de 66 e 72 anos respectivamente, enfrentam horas de espera sem previsão de atendimento, revelando a falta de preparo e respeito no processo.
Com a data limite se aproximando, a angústia cresce entre os idosos que dependem da gratuidade para se deslocar pela cidade. A fila para o cartão do Jaé se torna um símbolo do descaso e da humilhação imposta a uma população vulnerável e fragilizada. Enquanto a prefeitura ainda não se manifesta diante das críticas e do sofrimento dos idosos, a espera pelo bilhete de mobilidade se transforma em um retrato cruel da falta de cuidado e respeito com quem mais precisa de assistência.
As lojas do Jaé funcionarão excepcionalmente no feriado, visando atender a demanda por cartões de gratuidade. A orientação é que os usuários façam cadastro pelo aplicativo e solicitem a entrega do cartão em casa, evitando deslocamentos e novas frustrações nas filas intermináveis dos postos. Enquanto a cidade do Rio de Janeiro enfrenta o desafio da transição entre os sistemas de bilhetagem, os idosos continuam a enfrentar obstáculos e desrespeito na busca por um direito básico de mobilidade.