Falta pouco mais de uma semana para que o cartão Jaé se torne obrigatório para garantir a gratuidade nos transportes municipais do Rio de Janeiro. Entretanto, a busca desesperada pelo benefício tem causado longas filas e dificuldades para os usuários, em especial os idosos. Muitos relatam madrugadas sem dormir, falhas no sistema e demora no atendimento, o que tem gerado um clima de urgência entre aqueles que dependem do cartão para se locomover.
Na última terça-feira, Maria do Carmo Cotrim, de 67 anos, saiu de casa em Anchieta, Zona Norte, às 2h30 da madrugada, decidida a ser a primeira da fila no posto de atendimento do Jaé em Madureira. Ao chegar, ainda estava escuro, e ela passou horas aguardando sozinha, com medo de ficar vulnerável na estação. A situação se repete para muitos idosos, como Edna Maria Barbosa, de 65 anos, que acorda cedo e enfrenta longas jornadas em busca do benefício.
A necessidade de obtenção do cartão é crucial para muitos idosos, que dependem da gratuidade nos transportes públicos para se deslocar. Maria de Lourdes Dias Nogueira, de 74 anos, desabafou sobre a dificuldade em conseguir realizar o cadastro, especialmente após enfrentar seis horas de fila sem sucesso. Para ela, a situação é desumana e humilhante, uma vez que já tem dificuldades para arcar com os custos de remédios para o marido com Alzheimer.
Mesmo com a possibilidade de solicitação pelo aplicativo, muitos idosos se sentem perdidos e desamparados, sem saber como usar a ferramenta ou sem receber retorno após meses de espera. Alguns relatam ainda a busca por respostas sobre cartões extraviados ou nunca entregues, mesmo após terem feito o pedido corretamente. A ida presencial aos postos acaba sendo a única alternativa viável para muitos usuários do transporte público.
A falta de estrutura nos postos de atendimento do Jaé tem gerado grandes transtornos para os idosos, que enfrentam longas filas sem cadeiras e pouca assistência, chegando a casos de pessoas passando mal. Recentemente, a prefeitura anunciou medidas para tentar corrigir a situação, como a ampliação dos postos, a criação de novos superpostos e a extensão do horário de atendimento. Porém, muitos idosos continuam na busca desesperada por um cartão que lhes garanta o acesso aos transportes municipais.
Diante desse cenário caótico, os idosos continuam a madrugar em filas, ansiosos pela esperança de conseguir o tão desejado cartão Jaé. A luta pela garantia da gratuidade nos transportes municipais se mostra árdua e cansativa, evidenciando a importância do benefício para aqueles que dependem dele em seu dia a dia. É necessário que as autoridades ajam com rapidez e eficiência para solucionar os problemas enfrentados pelos usuários, garantindo assim um acesso digno e seguro ao transporte público na cidade do Rio de Janeiro.
