O iFood anunciou nesta terça-feira um reajuste nas taxas pagas aos entregadores, com aumento que entra em vigor em 1º de junho. A nova taxa mínima para entregas feitas de carro e moto será de R$ 7,50, subindo de R$ 6,50. Para as entregas de bicicleta, a taxa mínima passará de R$ 6,50 para R$ 7,00. Porém, a categoria de entregadores havia solicitado um mínimo de R$ 10 por entrega.
O aplicativo adota dois modelos de pagamento: um valor fixo por pedido e um adicional por quilômetro rodado para entregas superiores a 4 quilômetros, com um acréscimo de R$ 1,50 por quilômetro. Em 2023, o último reajuste foi de 8,3%, quando a taxa mínima subiu de R$ 6,00 para R$ 6,50. No entanto, entre julho de 2023 e março de 2025, o INPC (índice da inflação) subiu 7,9%, abaixo do aumento de 15,3% nas taxas anunciado agora.
De acordo com o iFood, o reajuste atual é uma atualização de rotina e não está relacionado ao Breque dos Apps, paralisação ocorrida no mês passado, nem ao anúncio da 99, que relançou sua plataforma de entrega de comida, a 99Food, no Brasil.
Johnny Borges, diretor de Impacto Social do iFood, destacou que a empresa tem realizado aumentos anuais nas taxas para garantir a melhoria dos ganhos dos entregadores. Segundo ele, o aumento da taxa mínima tem um impacto mais significativo do que o ajuste no valor pago por quilômetro rodado. O diretor também explicou que a maior parte dos entregadores utiliza o aplicativo como fonte complementar de renda, com 70% deles trabalhando até 20 horas semanais.
Apesar do aumento, a taxa ainda não atende às reivindicações do movimento Breque dos Apps, que inclui o pedido de uma taxa mínima de R$ 10 para entregas de até 4 quilômetros, aumento para R$ 2,50 por quilômetro rodado e a limitação das entregas de bicicleta a até 3 quilômetros de distância. O iFood afirma que a distância média percorrida por entregadores de bicicleta é de 3 km, o que se alinha ao limite de 4 km estabelecido para esse tipo de entrega.
Em relação às entregas agrupadas, o iFood paga um acréscimo de R$ 3 por pedido, além do valor adicional por quilômetro percorrido. Borges explicou que o pagamento integral por cada pedido, mesmo em entregas agrupadas, não é viável atualmente devido à operação logística da empresa.
O iFood opera com dois modelos de negócios: o Marketplace, em que os restaurantes cuidam da entrega ou contratam outros aplicativos, representando 60% dos pedidos, e o modelo Foodservice, com entregas realizadas por trabalhadores cadastrados na plataforma, que correspondem a 40% dos pedidos. Borges afirmou que, ao aumentar as taxas, pode haver mudanças no sistema geral, já que entregadores podem optar por trabalhar exclusivamente com a plataforma, afetando restaurantes e clientes.
Quanto à concorrência com a 99Food, Borges afirmou que ainda não há clareza sobre os efeitos dessa entrada no mercado, mas que o iFood continuará focado em seu trabalho e em melhorar sua plataforma para entregadores, restaurantes e clientes.