A Igreja da Candelária, um dos mais icônicos marcos religiosos, históricos e arquitetônicos do Rio de Janeiro, comemora nesta sexta-feira, 250 anos desde o início da sua construção. Localizada no coração do Centro da cidade, a Candelária já foi palco de momentos marcantes dentro e fora do templo. Entre os eventos que se destacaram ao longo dos seus dois séculos e meio de existência, estão os casamentos de personalidades como Antônia Mayrink Veiga e Guilherme Frering em 1985, Cláudia Raia e Alexandre Frota em 1986, e Kelly Key e Mico Freitas em 2004.
Além dos casamentos badalados, a história da famosa igreja também inclui concertos de música clássica que atraíram grande público para os seus 400 lugares. Em 1978, o projeto Aquarius realizou uma emocionante apresentação sob a regência do maestro Isaac Karabtchevsky. A Candelária, posicionada estrategicamente no cruzamento das avenidas Rio Branco e Presidente Vargas, testemunhou diversos acontecimentos importantes, desde manifestações contra a ditadura de 1964 até os protestos pelas Diretas Já na década de 1980.
No entanto, nem todos os momentos associados à Candelária são festivos. A igreja também foi palco de tragédias, como o trágico episódio em que oito jovens em situação de rua foram assassinados por policiais militares de folga em 1993. Apesar dessas memórias sombrias, a Candelária continua sendo um ponto de referência na vida religiosa e cultural da cidade, atraindo visitantes de todas as partes do mundo. Neste dia especial, uma missa solene será presidida pelo Cardeal Orani João Tempesta para marcar os 250 anos do templo.
A história da Candelária remonta a uma promessa feita pelo casal espanhol Antônio Martins da Palma e Leonor Gonçalves, que resultou na construção de uma capela dedicada a Nossa Senhora da Candelária no Rio de Janeiro. Os murais pintados pelo artista João Zeferino da Costa retratam a saga do casal e a história da igreja. Para preservar essas obras de arte, vitrais desenhados pelo mesmo artista serão enviados para restauração na Alemanha, onde foram produzidos pelo renomado Estabelecimento de Vidraças Artísticas de Munique.
O futuro da Candelária promete ser ainda mais grandioso, com planos de transformá-la em basílica. A igreja, tombada pelo Iphan desde 1938, está passando por um processo de análise para obter o título de basílica da Santa Sé. O provedor da Irmandade do Santíssimo Sacramento da Candelária, Antônio Soares da Silva, está otimista com esse projeto, que trará ainda mais destaque e prestígio para esse importante marco da arquitetura sacra do Rio de Janeiro. Celebrar os 250 anos da Candelária é uma oportunidade de enaltecer a sua importância histórica e cultural para a cidade e para o mundo.