Os cultos e as missas já não são mais os mesmos. O movimento de inclusão da tecnologia nos templos, que começou antes da pandemia, foi impulsionado pela crise sanitária do coronavírus há mais de dois anos. Agora, os espaços de devoção cristã têm estrutura de criação e divulgação de conteúdo bíblico e ainda diversas opções para devolução de dízimo e ofertas.
Na Paróquia Santo Antônio, os fiéis contam com telão, datashow e transmissão da missa ao vivo pelo Youtube. A decisão de enveredar pelo meio digital ocorreu no segundo semestre do ano passado, para manter os membros próximos, apesar da distância imposta pelo isolamento social.
“Muitos idosos, por exemplo, participam de suas casas, assistindo toda a missa. Para eles e para os que assistem presencialmente, nós oferecemos opções de devolução do dízimo, como PIX, maquininha de cartão. Colocamos os dados bancários no telão da igreja e no Youtube. Percebemos até um leve aumento arrecadado com a liberação de retorno do público”, diz.
A proposta de aliar facilidades do mundo terreno ao espiritual agrada ao público. O universitário Lucas Ramos frequenta a Igreja Fonte da Vida, em Goiânia,. Ele acredita que é importante acompanhar esse tipo de inovação tecnológica, inclusive para divulgação do evangelho.
“Traz um ar de inovação e contribui para conquistar fiéis por meio dessas mídias. Nós gostamos. Eu e minha família somos adeptos de dizimar e ofertar com pix, cartão, QR Code… A maioria das pessoas abaixo de 30 anos não anda mais com dinheiro físico, só pix e cartão. Quando uma igreja insere esses métodos fica mais mais fácil de ofertar o dízimo e acaba incentivando mais pessoas a fazerem doações”, afirma.
O pastor Naor Pedroza acredita que a inclusão da tecnologia foi a melhor forma de alcançar as mil células da Igreja Videira presentes em 34 países. Ele destaca que a denominação tem um histórico de adesão aos recursos virtuais para facilitar a comunicação com os crentes.
Há um departamento exclusivo de mídias sociais, um centro de ensino à distância e em breve os cultos presenciais transmitidos pela internet terão arte cênica de luz com iluminação profissional. Todas as ideias dependem de dinheiro para se concretizarem. A fonte são as doações dos frequentadores que já não têm mais desculpa para se esquecerem de colaborar.
“Quase não tem dinheiro mais. Cerca de 95% é por meio eletrônico, como PIX, cartão – inclusive de crédito, mesmo com os encargos e taxas – e QR Code. Muita gente viajava e não se lembrava de dizimar. Com o culto online, elas assistem de qualquer lugar e doam. Facilita muito e elas ajudam até um pouco mais porque se sentem tocadas durante as lives”, ressalta.