O Instituto Médico-Legal (IML) divulgou que mais da metade dos mortos na megaoperação que ocorreu nos complexos do Alemão e da Penha, na Zona Norte do Rio de Janeiro, já passaram por necropsia. Segundo informações do IML, cerca de 80 corpos foram analisados e alguns deles já foram liberados para as famílias. O órgão montou um esquema especial para agilizar os exames e identificar as vítimas, mas ainda não há confirmação do número total de mortos identificados.
O atendimento aos familiares das vítimas está sendo realizado em um posto do Detran próximo ao IML, com o objetivo de oferecer mais conforto e informações sobre os desaparecidos. Os corpos não relacionados à operação estão sendo temporariamente encaminhados para o IML de Niterói, na Região Metropolitana, para evitar sobrecarga na unidade central. A ação policial, que contou com a participação das polícias Civil e Militar, resultou em 121 mortos confirmados, sendo 115 suspeitos de envolvimento com o tráfico e quatro policiais. Além disso, outros 113 suspeitos foram presos e 10 adolescentes foram apreendidos. Foram apreendidas ainda 118 armas, incluindo 91 fuzis.
Considerada a mais letal da história do país, a operação teve como alvo criminosos ligados ao Comando Vermelho (CV). O secretário de Polícia Civil, Felipe Curi, alertou que o número de mortos ainda pode aumentar, já que os corpos são registrados conforme chegam ao IML ou unidades hospitalares. A Megaoperação nos complexos do Alemão e da Penha foi planejada quase dois meses antes, de acordo com informações obtidas em um mapa interativo que detalha a ação policial. O Globo esteve presente onde ocorreu a maior parte das mortes, na mata da Vacaria, trazendo mais detalhes sobre o local.
A operação gerou repercussão e levou à criação do Escritório de Combate ao Crime Organizado, uma iniciativa do governo federal e do Rio de Janeiro. O Ministério Público acompanha de perto as autópsias realizadas e demanda informações sobre a operação. Além disso, deputados de oposição protocolaram um pedido de CPI para investigar a ação que resultou nas 121 mortes nos complexos do Alemão e da Penha. A situação ainda está em andamento e novas informações estão sendo divulgadas à medida que são apuradas. Para ficar por dentro de todas as notícias do Rio de Janeiro, inscreva-se na Newsletter do jornal O Globo.
 
				



