A situação dos corpos no Instituto Médico Legal (IML) Afrânio Peixoto no Rio de Janeiro tem causado indignação entre parlamentares e representantes do Governo Federal. Durante uma reunião na Assembleia Legislativa do Rio (Alerj), a presidente da Comissão de Direitos Humanos da Casa, Dani Monteiro (Psol), afirmou que não há geladeiras suficientes e os corpos estão emitindo odor, devido à lentidão nos processos de necropsia.
O encontro, convocado para discutir os desdobramentos da megaoperação nos complexos da Penha e do Alemão, na Zona Norte do Rio, contou com críticas à violência e à demora na liberação dos corpos das vítimas. Monteiro destacou que a operação não foi apenas uma ação policial, mas sim uma chacina, ressaltando a importância do papel do Estado na garantia dos direitos humanos.
Enquanto isso, o presidente da Comissão de Direitos Humanos da Câmara dos Deputados, Reimon (PT), não poupou críticas ao Governador do Estado, chamando-o de assassino. Ele comparou a situação à Chacina do Carandiru e ressaltou que o Brasil não possui pena de morte, defendendo que todos têm direito à dignidade e à vida.
Durante o protesto em frente ao IML, a polícia dispersou os manifestantes com o uso de spray de pimenta, deixando clima tenso. Reimont, que estava presente, relatou que uma das vítimas encontradas na mata foi um menor de 16 anos, degolado, agravando ainda mais a situação. Ele destacou a necessidade de garantir o direito das famílias de ver os corpos e a realização de uma perícia federal independente.
A deputada federal Benedita da Silva (PT) também se pronunciou contra a violência nas favelas, ressaltando que não se pode naturalizar a ideia de que moradores são automaticamente considerados bandidos. Ela defendeu a união de forças e reforçou que a polícia deve prender, não matar. Benedita enfatizou a importância de políticas de segurança mais humanizadas e respeitosas.
Diante da gravidade da situação, os parlamentares da Comissão de Direitos Humanos intensificarão a fiscalização no IML e o atendimento às famílias das vítimas, buscando garantir a transparência e a justiça para todos os envolvidos na megaoperação no Rio de Janeiro. A cobrança por respostas e medidas efetivas continua, visando à proteção dos direitos fundamentais e à promoção de uma segurança que respeite a vida e a dignidade de cada indivíduo.
 
				



