IML faz exumação de cachorra cuidada por mulher acusada de matar nora envenenada no interior de SP
Polícia investiga se animal foi envenenado por Elizabete Arrabaça. Ele morreu 15 dias antes da dona, Nathália Garnica, filha de Elizabete e que também pode ter sido envenenada pela mãe. Peritos fazem exumação de cachorra nesta quinta-feira (10). O Instituto Médico Legal (IML) realiza nesta quinta-feira (10) a exumação da cachorra cuidada por Elizabete Arrabaça, acusada de envenenar e matar a nora, a professora de pilates Larissa Rodrigues, em Ribeirão Preto (SP). O procedimento está marcado para as 10h, na casa dos pais de Larissa, onde o animal foi enterrado.
A cachorra, que se chamava Babi, morreu no final de janeiro deste ano, cerca de 15 dias antes da morte da dona, Nathália Garnica, que também morreu envenenada, conforme exames periciais revelaram após exumação do corpo dela. Elizabete, mãe de Nathalia, é considerada suspeita do crime contra a filha. Agora, em uma nova investigação, a polícia apura se Elizabete também envenenou a cachorra, o que pode ser esclarecido com a exumação, de acordo com o delegado Fernando Bravo.
Polícia irá exumar cachorra de mulher acusada de matar nora envenenada — Foto: Reprodução/EPTV. O QUE PODE SER COLETADO NA EXUMAÇÃO? Márcio de Barros Bandarra, coordenador do IML Veterinário da Universidade Federal de Uberlândia (UFU), não integra a equipe que fará a exumação de Babi, mas explica que, apesar do tempo da morte, ainda é possível coletar elementos importantes para a investigação. “Normalmente, nos processos de exumação que fazemos, quando a gente se depara com um tempo após a morte, que a gente sabe que a esterilização demora até um, dois anos para ficar completa, a gente consegue encontrar restos de órgãos ainda, o que seria muito importante para a coleta em busca de veneno e as substâncias todas ali em volta”, afirmou.
Cachorra Babi, que pode ter sido envenenada, foi enterrada no quintal da casa dos pais de Larissa Rodrigues — Foto: Reprodução/EPTV. MORTE DE LARISSA RODRIGUES. Elizabete e o filho, o médico Luiz Garnica, são acusados de matar a professora de pilates envenenada com chumbinho e estão presos preventivamente. Segundo o promotor Marcus Túlio Nicolino, mãe e filho foram denunciados por feminicídio com três qualificadoras: uso de veneno, motivo torpe e cruel mediante simulação e uso de recursos que dificultaram a defesa de Larissa. Eles negam as acusações. O médico também responde por fraude processual, por ter alterado a cena do crime após a morte da professora. A denúncia do Ministério Público aponta que o médico planejou o crime por problemas financeiros e para evitar a partilha de bens após Larissa descobrir seu relacionamento extraconjugal.
De morte à denúncia do MP: veja cronologia do caso Larissa Rodrigues. MORTE DE NATHÁLIA GARNICA. Nathália Garnica morreu aos 42 anos, no dia 9 de fevereiro deste ano, em Pontal (SP), onde morava. Um dia antes, Elizabete Arrabaça esteve com a filha. O boletim de ocorrência chegou a ser registrado como morte natural. Quando as investigações sobre a morte da cunhada, Larissa Rodrigues, começaram, um laudo toxicológico apontou que ela tinha sido envenenada com chumbinho. Elizabete e Luiz Antônio Garnica, irmão de Nathália, foram presos no dia 6 de maio, por suspeita de participação na morte de Larissa. Como o intervalo de tempo entre os dois casos era curto, a polícia passou a investigar também a morte de Nathália. No dia 23 de maio, o corpo dela foi exumado para ser analisado. No dia 17 de junho, o laudo toxicológico confirmou que Nathália também tinha morrido envenenada por chumbinho. Por conta da similaridade dos casos e também por ter sido a última pessoa a estar com as duas vítimas, Elizabete, que já era investigada pela morte da nora, Larissa, passou a ser investigada pela morte da filha, Nathália.