O mercado está apreensivo com a possibilidade de oscilação no preço do petróleo após a queda do líder sírio Bashar al-Assad. Embora a Síria tenha uma influência insignificante no cenário global da commodity, a incerteza gira em torno do impacto que esse novo fator de instabilidade no Oriente Médio pode gerar no valor do produto. A eventual flutuação no preço internacional do petróleo é um dos principais receios dos investidores nesse momento.
Adriano Pires, fundador do Centro Brasileiro de Infra Estrutura (CBIE), com mais de 30 anos de experiência na indústria de energia, acredita que as variações, se ocorrerem, serão mínimas. Isso se deve principalmente à participação marginal da Síria no comércio mundial de petróleo, o que limita seu impacto em escala global. A produção de petróleo no país sofreu um declínio significativo desde o início da guerra civil em 2011, passando de uma estimativa de 400 mil barris por dia para cerca de 25 mil barris em 2018, representando apenas 1% do volume anterior.
A instabilidade constante na região do Oriente Médio já teria sido precificada pelo mercado, ou seja, os agentes econômicos já consideraram essa variabilidade ao estabelecer o preço do petróleo. No entanto, a queda dos preços do petróleo na última sexta-feira (6/12) foi atribuída às decisões da Organização dos Países Exportadores de Petróleo e aliados (Opep+), que foram consideradas insuficientes para eliminar o excesso de oferta do produto. O barril do tipo Brent, referência no mercado internacional, caiu 1,34%, sendo cotado a US$ 71,12, enquanto o tipo WTI, que guia o mercado americano, recuou 1,61%, atingindo US$ 67,20.
Diante desse cenário, os investidores aguardam para ver como a situação na região do Oriente Médio, com a queda de Assad, pode influenciar ainda mais o mercado global de petróleo. Apesar da pequena relevância da Síria nesse contexto, a incerteza geopolítica sempre pode gerar impactos significativos nos preços da commodity. A situação atual do mercado de petróleo é marcada pela volatilidade e pela sensibilidade a eventos externos, sendo fundamental acompanhar de perto os desdobramentos futuros para entender melhor o cenário e as possíveis mudanças no preço do petróleo.