A imposição de tarifas pelos Estados Unidos tem aumentado o risco de crédito em mercados emergentes, de acordo com a Moody’s. A série de tarifas que o governo DE alterou e suspendeu neste ano tem impacto negativo nas consequências de crédito para emissores de dívidas em mercados emergentes, como empresas, governos e bancos. Essa análise foi divulgada pela Moody’s em um relatório publicado nesta terça-feira.
Empresas que dependem das exportações de produtos tarifados para os Estados Unidos estão mais expostas aos efeitos das tarifas. No entanto, a desaceleração do crescimento econômico, a queda nos preços das commodities, a desvalorização cambial e a aversão ao risco afetarão indiretamente um grupo mais diversificado de emissores de dívida. A agência de classificação de risco destaca que as empresas na China com rating A1 negativo possuem atributos que limitam o impacto das tarifas sobre os lucros.
Em outras regiões, como América Latina e Sul e Sudeste Asiático, empresas dos setores automotivo e químico estão entre os mais expostos às tarifas. Apesar disso, algumas dessas empresas possuem medidas mitigatórias para lidar com os impactos. O México é apontado como a economia latino-americana mais afetada pelo aumento das tarifas. No Brasil, mais de um terço das exportações totais são destinadas para a China, o que também pode ser impactado pelas tarifas dos EUA.
A Foxconn, fornecedora da Apple, anunciou um investimento de US$ 1,5 bilhão em uma unidade na Índia, visando fortalecer suas operações no país. A trégua entre Estados Unidos e China foi apontada por especialistas como uma redução de oportunidades para o agronegócio brasileiro. Já o Morgan Stanley prevê o Ibovespa atingindo 189 mil pontos em meados de 2026, refletindo a expectativa do mercado financeiro.
Diante desse cenário global impactado pelas tarifas dos EUA, é fundamental que empresas e países estejam atentos aos desdobramentos econômicos e financeiros. A diversificação geográfica e de receitas, juntamente com estratégias de mitigação de riscos, tornam-se ainda mais importantes para enfrentar os desafios trazidos por essas mudanças nas políticas comerciais internacionais. A análise da Moody’s reforça a necessidade de adaptação e preparação por parte dos emissores de dívida em mercados emergentes.