Desde a entrada em vigor da lei municipal nº 92/2025 em setembro, Goiânia não registrou nenhuma ocorrência policial relacionada a distribuidoras de bebidas. A medida que restringe o atendimento presencial desses estabelecimentos até 23h59 e permite apenas o funcionamento por delivery entre meia-noite e 5h, já está demonstrando impacto positivo na segurança pública da capital. A legislação foi aprovada após estudos que relacionavam crimes violentos ao consumo de álcool em locais públicos próximos a distribuidoras.
De acordo com dados da Polícia Militar de Goiás divulgados em julho, 43,8% das tentativas e homicídios consumados registrados no ano anterior ocorreram em bares ou nas imediações desses estabelecimentos. Nos primeiros 30 dias de fiscalização da Secretaria Municipal de Eficiência (Sefic), foram inspecionadas 302 distribuidoras, resultando na autuação de 38 delas por descumprimento do horário estabelecido e 52 por falta de alvará. Não houve reincidências até o momento, o que evitou interdições cautelares.
O gerente de Fiscalização de Atividades Econômicas da Sefic, André Barros, ressalta que as equipes seguem vigilantes quanto ao cumprimento da norma, autuando imediatamente em casos de infração ao horário autorizado. Uma pesquisa recente revelou que 73,6% dos goianienses aprovam a legislação, com 45,8% acreditando em sua contribuição para a redução da violência e uso de drogas. Mais de 60% dos entrevistados afirmaram ter presenciado condutas inadequadas próximas a distribuidoras durante a noite.
A lei considera como distribuidora qualquer estabelecimento cuja principal atividade seja a venda de bebidas, alcoólicas ou não, para consumo fora do local. A norma também abrange comércios com outras denominações, como empórios ou mercearias, que tenham na venda de bebidas sua principal fonte de receita. O debate sobre o equilíbrio entre lazer, economia e segurança continua, porém os primeiros resultados indicam uma maior tranquilidade nos bairros antes marcados por barulho e confusão durante a madrugada.



