A dificuldade em obter 307 votos para aprovar, em primeiro turno, as propostas de implantação do “distritão” e criação do fundo eleitoral com dinheiro público deve adiar, mais uma vez, a análise dos textos elaborados pelo deputado Vicente Cândido (PT-SP) para a reforma política. Além disso, a viagem do presidente Michel Temer, nesta semana, para a China vai desencadear um dominó político, que ajudará a inviabilizar a votação da Proposta de Emenda à Constituição (PEC).
Primeiro na linha de sucessão da Presidência da República, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), irá trocar de endereço, na Praça dos Três Poderes, durante a ausência de Temer do país.
O presidente deve embarcar para o país asiático nesta terça (29). Ele deve retornar ao Brasil somente em 6 de setembro, na véspera do feriado de Independência. Neste período, Maia vai despachar no Palácio do Planalto.
Sem Rodrigo Maia na Câmara, deveria assumir os comandos dos trabalhos legislativos o primeiro vice-presidente da Casa, deputado Fábio Ramalho (PMDB-MG). No entanto, o peemedebista fará parte da comitiva presidencial que embarcará para a China ao lado de Temer.
Por esses motivos, as sessões da Câmara, nos próximos dias, serão comandadas pelo segundo vice-presidente da Casa, André Fufuca (PP-MA), de 28 anos, que é deputado de primeiro mandato.
Preocupados com a inexperiência parlamentar de Fufuca, líderes da Câmara avaliam que seria imprudente colocar sob os comandos do jovem deputado a votação da PEC do “distritão” para as eleições de 2018 e 2020 e do fundo eleitoral abastecido com dinheiro público para bancar as campanhas eleitorais.
Nas últimas semanas, a Câmara tem tentado votar, sem sucesso, o relatório de Vicente Cândido aprovado em uma comissão especial. Mas, até o momento, não há votos suficientes para aprovar as duas propostas mais polêmicas do parlamentar petista, admitem líderes da Câmara.
O fundo tem sido criticado por setores da sociedade, e o “distritão” é alvo de críticas de diversos partidos, entre os quais PT e PC do B.
A tendência é de que os deputados se limitem a votar, nesta semana, outro projeto que trata de reforma política, relatado na Casa pela deputada Shéridan (PMDB-RR). Mais enxuto, esse texto cria a cláusula de desempenho para os partidos políticos e o fim das coligações.
As informações são do Portal G1