A imprensa nacional voltou a apontar, no fim de semana, a possibilidade de o governador de Goiás, Marconi Perillo, assumir a presidência nacional do PSDB, como forma de apaziguar as divergências internas no ninho tucano. O jornal O Estado de São Paulo noticia que, alvo de nove inquéritos em tramitação no Supremo Tribunal Federal (STF), o senador Aécio Neves (MG) e seu grupo político tentam resistir a um processo de renovação da Executiva Nacional do PSDB. Presidente afastado da legenda, o mineiro já avisou que não pretende renunciar.
O Estadão revela que os aliados de Aécio Neves também buscam postergar a troca de comandos na direção partidária para que ele se mantenha no cargo.
Segundo diário paulistano, a estratégia dos paulistas é tirar o senador mineiro do foco político, fortemente atingido pela delação, e evitar que isso respingue na imagem do partido para as eleições de 2018.
O grupo do governador Geraldo Alckmin (SP) apresentou uma proposta para que a Executiva ganhe representantes dos governadores e prefeitos do partido. O que está por trás disso é uma tentativa do tucano de ampliar sua influência no comando partidário. O governador se sente mal representado na Executiva, segundo fontes ouvidas pelo Estadão.
O prefeito de São Paulo, João Doria (PSDB),disse que também concorda com a renovação antecipada e ampliada para todas as instâncias partidárias. “Considero a ideia correta e democrática. A Executiva do partido deve reproduzir sua força legislativa e executiva”, disse à reportagem. O representante dos prefeitos seria Doria e, dos governadores, o tucano Marconi Perillo (GO), também aliado de Alckmin.
A coluna Painel, da Folha de São Paulo, noticiou que “o PSDB negocia manter Tasso Jereissati (CE) na presidência da sigla até março de 2018. O governador Marconi Perillo (GO) articula para ficar com a vaga depois disso”.
Em entrevista à Rádio Jornal, de Pernambuco, o prefeito de São Paulo João Doria disse que tem respeito pelo senador Aécio Neves, mas entende que hoje ele vive um momento em que precisa se concentrar na sua defesa. Na avaliação de Doria, uma eventual renúncia de Aécio permitiria que o partido “possa ser presidido por um outro nome, eleito, que seja o coordenador das ações do PSDB, em um período que se aproxima das eleições e que há instabilidade política do País”.
O prefeito paulistano passou o fim de semana em Campos do Jordão (SP), onde recebeu o casal Marconi e Valéria Perillo. Em vídeo para as redes sociais, prefeito de São Paulo afirmou que Marconi é “parâmetro para sua vida pública” porque é um político “correto, verdadeiro, humano e determinado”.
Ele afirmou que Marconi é um exemplo de homem público para o Brasil por sua eficiência, correção e determinação à frente da administração estadual.
“Essa é uma amizade de muitos anos, praticamente duas décadas. Mas, mais do que tudo, é uma admiração enorme que tenho por Marconi Perillo e Valéria”, disse Doria, no vídeo, acrescentando que Marconi Perillo é um exemplo de político brasileiro, um exemplo para ele que ingressou na vida pública. “Este é o meu exemplo, o meu parâmetro daquilo que eu desejo ser. Eficiente, correto, verdadeiro, humano e determinado. Um exemplo para o Brasil”, reforçou.
Marconi afirmou que o prefeito e ele aproveitaram o encontro para atualizar o andamento de suas administrações. “(Aproveitamos) para conversar um pouco sobre a exitosa gestão do João, que em seis meses está fazendo um reboliço para o bem em São Paulo, com atitudes corajosas, inteligentes, criativas, e ao mesmo tempo falar um pouquinho das nossas experiências, do que estamos vivendo nesse momento em Goiás, com muito otimismo e muitas ações”, afirmou o governador. “O João é um inspirador para mim e eu sempre fico muito feliz em estar próximo dele”, disse.