A participação do governador Ronaldo Caiado no encontro entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e os 27 governadores, na sexta-feira,27, recebeu grande parte dos holofotes da imprensa nacional. Durante o discurso, o presidente Lula fez um agradecimento especial ao governador de Goiás pela ação efetiva das forças de segurança do Estado durante os atentados às sedes dos três poderes, em 8 de janeiro, em Brasília.
Naquela ocasião, o governador goiano foi o primeiro a se manifestar em defesa do resultado das urnas e também o primeiro a tomar medidas efetivas determinando o bloqueio em território estadual de ônibus que levavam golpistas dispostos a engrossar os ataques às instituições democráticas.“O presidente fez esse agradecimento especial ao governador Caiado, que colocou seu batalhão especial em bloqueios nas estradas que dão acesso ao DF, além de ceder contingente para as forças de segurança”, comentou o ministro de Relações Institucionais, Alexandre Padilha.
“Não se governa com posições extremadas. Se governa pelo bom senso, pelo equilíbrio. Isso é a política. Uma coisa é a campanha eleitoral. Não é possível manter o mesmo nível de discussão, sendo que isso já foi decidido pela população. Agora, o povo quer que a gente leve resultados”, disse Caiado à reportagem do Jornal Nacional, da TV Globo. Desde o encerramento do 2º turno, em 30 de outubro, o governador de Goiás faz forte defesa de respeito às instituições democráticas e ao resultado das urnas.
Histórico opositor de Lula no campo político, posição que ele segue reafirmando, Caiado defendeu uma agenda conjunta no combate efetivo à fome e à miséria no Brasil, de forma a potencializar resultados.
“Eu não vim aqui só pedir, eu vim trazendo a experiência dos programas sociais que fizemos em Goiás para propor uma política conjunta entre estados e governo federal, em ações imediatas e também no longo prazo, pra que a gente possa comemorar não mais a entrada e sim a saída das pessoas da assistência social, por não precisarem mais dela”, defendeu Caiado, ressaltando também a importância da educação nesse processo de desenvolvimento da nação brasileira.
Caiado aproveitou a reunião de lideranças de todo o país e chamou a atenção para a tragédia yanomami no estado do Pará, oferecendo leitos de UTI em Goiás e também suporte humanitário para crianças que estão sendo resgatadas em condições de desnutrição grave.
O jornal Folha de S. Paulo destacou que Caiado, aliado do ex-presidente Jair Bolsonaro, elogiou a iniciativa de Lula de promover uma reunião com todos os governadores já nos primeiros dias do novo governo. “Em menos de 30 dias, Lula marca reunião com todos os 27 governadores, dizendo que a postura vai ser de abertura, que nenhuma decisão será tomada sem a participação dos governadores, que faz questão de estar presente nos estados e até se convidando para ir aos palácios. É uma iniciativa digna de aplauso”, ressaltou.
Ainda segundo a Folha de S. Paulo, o governador de Goiás reforçou o fato de Lula sinalizar que a campanha eleitoral está encerrada, descendo do palanque e anunciando que irá governar em parceria com os estados. A participação de Caiado na reunião também foi destacada pelos jornais O Estado de Minas, O Globo e pela revista Veja.
Lula ressaltou que quer manter uma relação próxima com todos os governadores. “Da minha parte, quero que os governadores saibam que a porta do gabinete estará aberta, o telefone estará pronto para atender qualquer demanda. E que nenhum governador tenha qualquer cisma de telefonar. Precisa telefonar para cobrar aquilo que o governador entende que seja necessário”, afirmou o presidente.
Pautas
Todos os governadores levaram demandas de seus estados para a reunião com o presidente Lula. Caiado apresentou como agendas prioritárias para uma parceria com o governo federal a construção da primeira etapa do hospital estadual do câncer, em Goiânia; do BRT entre Santa Maria (DF) até Luziânia, e a implantação de um sistema de fruticultura no Vão do Paranã, no nordeste goiano.
Além das pautas prioritárias de Goiás, o governador Ronaldo Caiado também discutiu em Brasília demandas comuns aos outros entes da Federação, como a recomposição da perda de ICMS com a redução de alíquotas para combustíveis e telecomunicações.