Incêndio perto de Chernobyl está sob controle, afirma Ucrânia

Autoridades dos serviços de emergência da Ucrânia afirmaram nesta terça-feira (14/04) que conseguiram conter o incêndio florestal na região da antiga usina nuclear de Chernobyl, mas alertaram que o fogo ainda persiste em alguns pontos. O incêndio atingiu uma região contaminada por radiação.

Há dez dias, centenas de bombeiros, apoiados por aviões de combate a incêndios, lutam contra as chamas em torno da usina desativada. Eles haviam conseguido conter os primeiros focos de queimadas, mas o fogo ressurgiu em áreas próximas do epicentro do desastre nuclear de 1986.

O chefe dos serviços de emergência, Nikolai Chechetkin, comunicou ao presidente ucraniano, Volodimir Zelensky, que chuvas no local ajudaram os bombeiros a conter as chamas, mas que ainda serão necessários mais alguns dias até que seja possível extinguir totalmente as brasas na vegetação.

Chechetkin afirmou que as equipes conseguiram evitar que o fogo chegasse a depósitos de resíduos radioativos e outras instalações em Chernobyl. Os níveis de radiação em Kiev, a cerca de 100 quilômetros de Chernobyl, se mantiveram dentro dos limites de normalidade durante os incêndios.

Zelensky assegurou que não há motivos para pânico. “Todos nos lembramos das lições de 26 de abril de 1986”, disse o presidente em nota divulgada nesta terça-feira. “Ninguém está escondendo a verdade de vocês. No momento, a verdade é que a situação no local está sob controle”, afirmou.

Nesta segunda-feira, grupos de ativistas alertavam que as chamas se aproximavam perigosamente de depósitos de resíduos nucleares, com um foco de incêndio localizado a dois quilômetros de um dos depósitos. O Centro Regional de Monitoramento de Incêndios no Leste Europeu estima que as chamas tenham devastado uma área de 20 mil hectares.

Na semana passada, autoridades disseram que conseguiram localizar o suspeito de atear fogo à vegetação seca na área. O homem de 27 anos disse que iniciou o fogo “por diversão” e que não conseguiu apagá-lo quando os ventos fizeram com que se espalhasse rapidamente.

Na segunda-feira, outro morador da região realizou uma queima de lixo, iniciando acidentalmente outro foco de incêndio de grandes proporções.

A chamada Área de Exclusão de Chernobyl, de 2,6 mil quilômetros quadrados, foi criada após o desastre na usina, que gerou uma nuvem de radiação que atingiu boa parte da Europa. A região é amplamente desabitada, com a exceção de um grupo de cerca de 200 pessoas que ainda permanece no local, ignorando as ordens de evacuação. A circulação de pessoas é proibida em uma área de 30 quilômetros ao redor da usina.

Os incêndios florestais são comuns na região, geralmente iniciados por moradores que ateiam fogo à vegetação seca no início da primavera, o que é uma prática bastante comum na Ucrânia, Rússia e outros países da antiga União Soviética, muitas vezes resultando em incêndios devastadores.

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Avião da Embraer pode ter sido abatido por sistema de defesa russo, indicam fontes

O acidente com o avião da Azerbaijan Airlines que deixou 38 mortos na última quarta-feira pode ter sido causado por um sistema de defesa aérea russo, segundo informações obtidas pela agência Reuters. A suspeita foi inicialmente levantada por Andriy Kovalenko, membro da segurança nacional ucraniana, que mencionou imagens mostrando coletes salva-vidas perfurados. Especialistas em aviação e militares corroboraram a análise, e até mesmo a mídia russa considerou a possibilidade de a aeronave ter sido confundida com um drone ucraniano.

Enquanto isso, as autoridades russas e do Cazaquistão pedem cautela. Dmitry Peskov, porta-voz do Kremlin, declarou que especulações sobre as causas são prematuras, e o presidente do Senado do Cazaquistão, Mäulen Äşimbaev, reforçou que a investigação está em andamento, garantindo transparência nos resultados.

O avião, que partiu de Baku, capital do Azerbaijão, com destino a Grozny, na Rússia, desviou significativamente de sua rota antes de cair no Cazaquistão. A companhia aérea inicialmente sugeriu que o acidente poderia ter sido causado por colisão com aves, mas especialistas descartaram essa hipótese. Serik Mukhtybayev, especialista cazaque, e o brasileiro Lito Sousa destacaram que os danos nos destroços apontam para uma causa externa, possivelmente relacionada a um ataque.

Relatos e análises reforçam a teoria de que o avião foi atingido por um míssil. Um piloto militar francês, sob anonimato, afirmou que os danos na cauda são consistentes com explosões de estilhaços. O blogueiro russo Yuri Podolyaka também mencionou sinais típicos de sistemas antiaéreos.

Dados do site Flightradar24 mostram que o avião enfrentou interferências de GPS antes do acidente, algo já atribuído à Rússia em ocasiões anteriores. A Chechênia, destino final do voo, havia sido alvo de ataques com drones no mesmo período, segundo informações locais.

O presidente do Azerbaijão, Ilham Aliyev, evitou especular, atribuindo o desvio de rota ao mau tempo. A caixa-preta do avião foi recuperada e será analisada para determinar a causa do acidente. Das 67 pessoas a bordo, 29 sobreviveram, sendo que 11 permanecem em estado grave.

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