Incêndios florestais de grandes proporções atingem as províncias canadenses de Manitoba e Saskatchewan, na região central do país, provocando a evacuação de aproximadamente 17 mil pessoas. As autoridades locais decretaram estado de emergência diante da gravidade da situação, que deve se agravar nos próximos dias devido à ausência de chuvas e à intensificação dos ventos.
O primeiro-ministro de Manitoba, Wab Kinew, classificou a evacuação como a maior já registrada na província em tempos recentes. Segundo ele, o Exército será mobilizado para auxiliar nas operações de retirada da população. A maioria dos moradores será acolhida em Winnipeg, capital da província. O governo federal também ofereceu apoio às equipes locais de combate ao fogo.
Em Saskatchewan, o premiê Scott Moe alertou que as previsões meteorológicas não são favoráveis. O tempo deve continuar seco e sem chuvas, o que dificulta o controle das chamas e amplia o risco de novos focos.
Até agora, em Manitoba, as queimadas já destruíram uma área equivalente a 283 mil campos de futebol. Em todo o país, quase 160 focos de incêndio seguem ativos, muitos deles fora de controle.
A fumaça gerada pelos incêndios deve cruzar a fronteira e atingir estados do Meio-Oeste dos Estados Unidos, como Minnesota, Wisconsin, Illinois e Michigan. Entre quinta e sexta-feira, cidades como Milwaukee, Chicago e Detroit podem registrar queda na visibilidade e piora na qualidade do ar, segundo especialistas.
O aumento na frequência e na intensidade dos incêndios florestais tem sido associado aos efeitos das mudanças climáticas, que provocam temperaturas mais altas e condições de seca prolongada. Em 2023, o Canadá enfrentou sua pior temporada de incêndios da história recente, com uma área devastada equivalente a 11,9 milhões de campos de futebol — um recorde que reforça os alertas sobre o impacto do aquecimento global.