Indaiatuba intensifica fiscalização contra cerol em linhas de pipa: medidas para evitar novas tragédias e conscientizar população

Após a trágica morte de dois motociclistas em Indaiatuba, a cidade decidiu tomar medidas mais rígidas para combater o uso de linhas de pipa com cerol, um material cortante extremamente perigoso. A lei municipal já proíbe a venda e o uso dessa substância, e agora a fiscalização será intensificada até o final das férias escolares. O objetivo é evitar novas tragédias como as que ocorreram recentemente na região.

No dia 23 de dezembro, um motociclista de 25 anos foi atingido no pescoço por uma linha com cerol e acabou falecendo. Já no último sábado (4), um motoboy de 37 anos perdeu a vida da mesma forma, enquanto tentava entregar um lanche para o filho. Esses trágicos eventos levaram o prefeito de Indaiatuba a agir rapidamente e determinar uma ação mais rigorosa contra o uso do cerol na cidade.

O prefeito Dr. Custódio, do MDB, anunciou que a fiscalização será diária até o fim das férias em janeiro. Além disso, está prevista uma campanha publicitária para conscientizar a população sobre os riscos do cerol e incentivar o uso de antenas de proteção por motociclistas. A lei municipal já prevê multas em caso de descumprimento, que podem variar de R$ 1.851,00 a R$ 11.106,00, com possibilidade de cassação do alvará de funcionamento.

Durante os anos de 2022 e 2024, foram aplicadas 23 multas por uso e venda de cerol em Indaiatuba, totalizando R$ 38,2 mil em penalidades. A prefeitura enfatiza que a reincidência no crime terá como consequência o dobro do valor da multa. Denúncias sobre a fabricação, venda e uso de linhas cortantes podem ser feitas através do canal 153 da Guarda Civil do município.

A triste história dos motociclistas mortos por linhas com cerol em Indaiatuba chocou a população local e ressalta a importância de medidas preventivas e punições mais rígidas para crimes relacionados a esses materiais perigosos. A segurança e integridade dos cidadãos devem ser prioridade, e a fiscalização constante é essencial para evitar novas tragédias causadas por algo aparentemente inofensivo como uma pipa com cerol.

A conscientização da população sobre os perigos do cerol é fundamental para evitar acidentes fatais como os que aconteceram recentemente em Indaiatuba. A prefeitura está empenhada em proteger os motociclistas e demais cidadãos, mas a colaboração de todos é essencial. É preciso denunciar casos de venda e uso de cerol, bem como incentivar medidas de segurança, como o uso de antenas protetoras. Juntos, podemos evitar mais tragédias e tornar nossa cidade um lugar mais seguro para todos.

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Orcas no Brasil: entenda a presença desses ‘gigantes dos mares’ na costa sudeste

Orcas brasileiras? Entenda a presença desse ‘gigante dos mares’ no nosso
território

Mamífero marinho com ampla distribuição pelos oceanos vem sendo avistado na
costa sudeste do país. Pesquisadores apontam que existem populações que residem
no Brasil.

Avistamentos de orcas estão se tornando cada vez mais frequentes no litoral de SP — Foto: Arquivo Pessoal/Julio Cardoso

As orcas são frequentemente associadas a mares gelados e paisagens frias, como o
Ártico ou Antártida. No entanto, ao contrário da percepção popular de que esses
animais pertencem a lugares distantes, as orcas têm uma presença constante nas
águas brasileiras, especialmente ao longo da costa Sudeste, entre o Rio de
Janeiro e Santa Catarina.

> “Apesar da impressão comum de que as orcas são animais estrangeiros, é
> importante esclarecer que temos uma população residente delas no Brasil. Elas
> podem ser vistas regularmente em regiões como Arraial do Cabo, Ilhabela,
> Ubatuba e Santa Catarina.”, afirma Júlio Cardoso, coordenador e pesquisador do
> Projeto Baleia à Vista.

Essas orcas, que fazem parte de um grupo de pelo menos 50 indivíduos
identificados ao longo dos últimos anos, habitam uma área restrita e não migram
para outras regiões do mundo. Elas se deslocam dentro dessa área de alimentação,
com uma dieta que tem como prato principal as arraias, além de eventuais
predadores menores como golfinhos pequenos.

Orcas foram flagradas em Ilhabela (SP) — Foto: Rafael Mesquita

“Elas caçam em grupo, onde as mães ensinam os filhotes a caçar, soltando a presa
na frente deles para que aprendam”, disse Júlio.

Apesar de existirem algumas discussões sobre possíveis diferenças entre as orcas
da costa Sudeste do Brasil e as de outras regiões, elas pertencem à mesma
espécie. Segundo Júlio, ao longo de milhares de anos grupos mais isolados podem
desenvolver algumas características específicas, mas isso não muda o fato de que
são, essencialmente, as mesmas orcas. Não há uma diferença significativa a ponto
de se considerar uma subespécie.

Impactos das Mudanças Climáticas

Além das questões ecológicas e comportamentais, um tema que tem preocupado
pesquisadores é o impacto das mudanças climáticas sobre os avistamentos e a vida
das orcas no Brasil. Júlio Cardoso revelou que, embora ainda não haja dados
concretos, acredita-se que o clima possa afetar a presença desses animais nas
águas brasileiras.

“As mudanças climáticas, que provocam ventos, tempestades, correntezas e
aquecimento das águas, podem ter impactos diretos nas orcas”, afirmou Júlio.
“Elas estão sempre em busca de adaptação, tentando ajustar seus hábitos de caça
conforme a oferta de alimentos e as condições do ambiente. Mas, por enquanto,
não temos dados concretos suficientes para entender como as mudanças climáticas
estão afetando diretamente o comportamento delas.”

Orcas brincando em Arraial do Cabo, no RJ — Foto: Marcelo Gah/Drone
Adventures Brazil

Curiosidades sobre as orcas

As orcas são odontocetos, ou seja, mamíferos marinhos que possuem dentes, como
golfinhos e cachalotes. Devido à essa característica e ao fato de possuírem
apenas uma estrutura respiratória composta por um único espiráculo não é correto
chamar esse mamífero de baleia – pois essas apresentam dois. Podem medir até 10
metros e pesar 9 toneladas, sendo considerada a maior representante da família
Delphinidae.

As cores das orcas auxiliam na camuflagem, a parte superior, pode confundir quem
a vê de cima, e o branco, da parte inferior, auxilia a passar despercebida pelas
presas que estão abaixo.

Essa espécie grandalhona dos mares pode viver 50 anos e chama atenção por
possuir uma gestação longa, de 18 meses.

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