A Índia deve registrar 300 milhões a mais de habitantes que a China e se tornar o país mais populoso do mundo até o fim deste mês de abril, segundo projeções da Organização das Nações Unidas (ONU). O fenômeno está relacionado a questões internas socioeconômicas do governo comunista de Pequim. Com a perda da liderança, o mundo terá 1,429 bilhão de indianos e 1,426 bilhão de chineses. O Brasil ocupa a sexta colocação com 214,3 milhões de pessoas.
A estimativa é que o povo chinês se limite a menos de um bilhão até o fim deste século. Por outro lado, a quantidade de pessoas na Índia deve continuar aumentando por várias décadas. O aumento tem sido tão acelerado que a ONU acreditava que o topo do ranking seria alterado somente em meados de 2023. O marco histórico inédito antecipa e redobra desafios como oferecimento e melhoria de condições de vida pelo governo indiano.
O desemprego é um dos grandes problemas do País, especialmente considerando que metade da população economicamente ativa está abaixo dos 30 anos de idade. No caso da China, a queda na taxa de natalidade ocorre pela primeira vez em mais de 60 anos. À época, a fome matou milhões de chineses e desencadeou a adoção de medidas para reverter o cenário. Uma delas foi a política do Grande Salto, de Mao Tsé-Tung, para transformar a China de um país agrário e atrasado em um país industrial e avançado.
As razões para a crise demográfica chinesa seriam o alto custo de vida, inserção da mulher no mercado de trabalho e adiamento da maternidade, apesar da extinção da lei que restringia os casais a terem apenas um filho para agora reverter o envelhecimento da força de trabalho. O rígido controle do avanço da natalidade iniciado nos anos 1970 deu lugar ao incentivo do avanço populacional com desestímulo ao aborto, “democratização da fertilidade” relacionada a subsídios e deduções fiscais de seguros de saúde, educação, habitação e auxílio na (re) colocação profissional das famílias.