Indicação de Eduardo Bolsonaro para Comissão de Relações Exteriores gera preocupações no STF: possíveis tensões políticas para as eleições de 2026.

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Para ministros do STF, a indicação de Eduardo Bolsonaro para a Comissão de Relações Exteriores na Câmara pelo Partido Liberal (PL) é vista como uma ‘crise anunciada’. A análise de magistrados ouvidos aponta que o deputado pode utilizar a posição na comissão para intensificar conflitos próximo às eleições de 2026.

De acordo com as avaliações dos ministros do Supremo Tribunal Federal, Eduardo Bolsonaro poderá adotar uma postura de “radicalização” em seus discursos e tensionar as relações durante o período pré-eleitoral, visando o pleito de 2026. A possibilidade da denúncia apresentada pela Procuradoria-Geral da República contra o ex-presidente Jair Bolsonaro por tentativa de golpe de Estado aumenta as preocupações em relação às ações do deputado na comissão.

Há uma preocupação em relação às declarações de Eduardo Bolsonaro no exterior sobre o tema, visto que isso poderia levá-lo a ser alvo no STF e agravar sua situação. Atualmente, o deputado é alvo de uma notícia-crime que o acusa de crimes contra a soberania nacional ao incitar reações contra o STF em âmbito internacional, podendo resultar na apreensão de seu passaporte.

A possibilidade do PL oficializar a indicação de Eduardo Bolsonaro para a Comissão de Relações Exteriores nesta semana traz mais preocupações. Por ter a maior bancada na Câmara, o partido tem direito às duas primeiras escolhas para a presidência de comissões, e o deputado é considerado o principal nome para essa função. A situação é comparada por ministros do STF à nomeação de Anderson Torres para a Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal, que gerou controvérsias.

Paralelamente, o STF avança na análise da denúncia da PGR sobre a tentativa de golpe de Estado, com as defesas dos acusados apresentando respostas. Após esse período, o relator do caso deverá liberar a matéria para análise do colegiado, podendo ocorrer na Primeira Turma ou diretamente no plenário do Supremo. A decisão inicial do julgamento será sobre a aceitação ou não da denúncia, podendo influenciar as tensões políticas futuras, especialmente diante das eleições de 2026.

O advogado de Bolsonaro já sinalizou que vai solicitar o julgamento do ex-presidente no plenário do STF, no caso de abertura do processo penal. A possível ampliação das tensões no Congresso e no cenário político decorrente desse processo aumenta a preocupação de autoridades e analistas sobre os desdobramentos futuros dessa situação.

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