Índices de criminalidade recuam em até 89,8% em Goiás

Goiás registrou queda de 50,8% no número de homicídios dolosos em 2023, na comparação com 2018. Esse é um dos vários indicadores criminais que seguem uma série histórica de redução consecutiva, desde 2019. Os dados foram apresentados pelo governador Ronaldo Caiado durante encontro com a cúpula da Segurança Pública do Estado, realizado no Palácio Pedro Ludovico Teixeira, em Goiânia. “Aqui não tem só teoria. É teórico com prática. É competência com operacionalidade”, disse o governador sobre a dinâmica de trabalho que resultou nos índices positivos.

Uma das reduções mais expressivas diz respeito ao roubo de veículos (-89,8%): foram 1.029 no ano passado, ante 10.103 casos em 2018. Já crimes como furto e roubo a transeunte tiveram queda de 85,8% e 83%, respectivamente. Latrocínio, que é o roubo seguido de morte, caiu 86,7% – foram 14 casos em 2023 e 105 no ano de 2018. “Sou extremamente orgulhoso de liderar um Estado com esta equipe de segurança. E nosso trabalho seguirá visando sempre o avanço, a proteção total dos goianos”, afirmou o governador.

Caiado demonstrou preocupação com a forma como a criminalidade tem se “apoderado” de alguns estados brasileiros e países vizinhos. “O Equador está em estado de guerra”, mencionou sobre o conflito interno que envolve facções. “O prefeito do Rio de Janeiro [Eduardo Paes] disse que não pode iniciar as obras em um parque porque as facções exigem um pagamento de R$ 500 mil”, continuou ao citar, ainda, o avanço de narcotraficantes na Amazônia. “Outros governadores não governam seu território, só parte. Em Goiás, o governador governa os 350 mil quilômetros quadrados e os 246 municípios. Governamos o estado na totalidade”

O balanço apresentado nesta manhã utiliza dados do Observatório de Segurança Pública do Estado de Goiás e é proveniente do Sistema RAI (Registro de Atendimento Integrado). O secretário de Segurança Pública, Renato Brum, explicou que a queda dos índices é resultado de uma ação conjunta consolidada há cinco anos. “Trabalhamos na redução da redução, da redução… Estamos reduzindo de forma contínua os comparativos em relação a 2018”, definiu. “A segurança pública é algo artesanal, precisa ser feita todos os dias. Se a gente der uma descuidada, aumenta o crime”, completou.

Crimes de lesão seguida de morte tiveram queda de 55,7% no período avaliado – 61 em 2018 e 27 no ano passado. Outros indicadores de destaque são o homicídio tentado (-20,6%), estupros (-10,5%), roubo em comércio (-81,8%), roubo de carga (-90,6%), roubo em residência (-75,9%) e furto de veículos (-60,1%). “A gente não fala em sensação de segurança pública, mas de segurança pública de forma efetiva, e aqui está a prova”, comentou Brum durante a divulgação dos dados.

Para reforçar o combate aos crimes de violência contra a mulher, o Governo de Goiás ampliou os canais de denúncia, bem como o apoio às vítimas. O objetivo é estimular o registro de ocorrências e fortalecer a rede de proteção. “É algo que acontece dentro de quatro paredes, por isso o Estado quer encorajar essas mulheres e mostrar que estamos aqui para garantir sua proteção física e social”, pontuou Caiado. Como explicou o governador, hoje mulheres vítimas de violência doméstica podem ser atendidas pelo programa Goiás por Elas, que garante renda mensal para as que estão em vulnerabilidade econômica e dá acesso facilitado a todos os outros programas assistenciais do Governo.

Durante o evento, foram apresentados números que comprovam a queda dos principais indicadores criminais de 2023, na comparação com 2022. Confira:

  • Homicídios dolosos: -12,1% (caiu de 1.185 para 1.042)
  • Homicídio tentado: – 7,3%% (caiu de 1.829 para 1.696)
  • Estupro: -12% (caiu de 800 para 704)
  • Latrocínio: -57,6% (caiu de 33 para 14)
  • Roubo a transeunte: -32,7% (caiu de 11.682 para 7.861)
  • Roubo de veículos: -30,1% (caiu de 1.473 para 1.029)
  • Roubo em comércio: -27% (caiu de 880 para 642)
  • Roubo a residências: -34,9% (caiu de 869 para 566)
  • Roubo de cargas: -52,3% (caiu de 86 para 41)
  • Roubo a instituição financeira: nenhum caso desde 2019
  • Furto a transeunte: -33% (caiu de 10.930 para 7.328)
  • Furto a veículo: -19,1% (caiu de 5.559 para 4.498)
  • Furto em comércio: -15,3% (caiu de 12.646 para 10.707)
  • Furto em residência: -20,5% (caiu de 21.193 para 16.849)
  • Roubo em propriedade rural: -28% (caiu de 110 para 79)
  • Furto em propriedade rural: -14% (caiu de 3.706 para 3.202)

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Jovem baleada por agentes da PRF continua em estado grave no hospital

A jovem Juliana Leite Rangel, 26 anos, permanece em estado grave, no Hospital Municipalizado Adão Pereira Nunes (HMAPN),em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense. Ela foi internada na unidade, às 21h12, de terça-feira, 24, após ser atingida por um tiro de fuzil na cabeça por agentes da Polícia Rodoviária Federal (PRF), na Rodovia Washington Luís (BR-040), também naquele município.

Por meio da Secretaria Municipal de Saúde e da direção do HMAPN, a Prefeitura de Duque de Caxias informou que a jovem foi levada para a unidade pela PRF. “A direção do HMAPN informa que a paciente, atingida por arma de fogo (PAF) em crânio, foi entubada e encaminhada diretamente para o centro cirúrgico, onde passou por procedimento, sem intercorrências. No momento, segue internada no CTI, hemodinamicamente instável, entubada e acompanhada por equipe multidisciplinar. A paciente mantém o quadro gravíssimo”, informou em nota divulgada no início da manhã desta quinta-feira, 26.

Em entrevista ontem no Hospital, a médica intensivista do Adão Pereira Nunes, Juliana Paitach, disse que mesmo em estado grave, Juliana Leite Rangel, tem reagido positivamente aos medicamentos que vem recebendo. “Do que ela chegou para agora não teve piora. Ela se manteve em um grau de gravidade que estabilizou com as drogas que estão entrando com a medicação e não teve piora, ou seja, a pressão se manteve com a medicação que está entrando. É uma paciente jovem, que foi atendida com rapidez e muita eficiência, que tem tudo para evoluir com positividade, mas não tem como a gente saber”, afirmou.

O Ministério Público Federal (MPF) instaurou Procedimento Investigatório Criminal, assinado pelo procurador da República, Eduardo Santos de Oliveira Benones, considerando que, conforme a Constituição de 1988 definiu, o órgão tem a incumbência da defesa da ordem jurídica, do regime democrático e dos interesses sociais e individuais indisponíveis.

No texto, o procurador apontou que a jovem de 26 anos seguia de carro na companhia de familiares para comemorar o Natal e sofreu gravíssimos ferimentos. Benones destacou que ela não foi a única vítima, uma vez que o pai  dela, Alexandre, também foi baleado.

O procurador determinou que, considerando a necessidade de efetuar diligências, “visando a colheita de informações, documentos e outros elementos aptos a direcionar e definir a linha de atuação deste órgão ministerial no caso aqui apresentado”, a Superintendência da Polícia Federal, no Rio de Janeiro, dê informações sobre as providências adotadas. Requisitou ainda à Superintendência da Polícia Rodoviária Federal, também no Rio, a identificação dos policiais rodoviários federais envolvidos na ocorrência e a identificação dos autores dos disparos.

O procurador requereu também o imediato afastamento das funções de policiamento dos policiais envolvidos no caso, além do recolhimento dos veículos “com total preservação de seu estado, conforme verificado após a ocorrência”.

Benones determinou ainda o recolhimento e acautelamento das armas, de qualquer calibre ou alcance, que estavam em poder dos policiais envolvidos, “independentemente de terem sido utilizadas ou não, para realização de perícia”.

Para o HMAPN, o procurador pediu a expedição de um ofício para que o diretor da unidade informe ao MPF o estado de saúde das vítimas, independente de boletins médicos, bem como para o envio, de imediato, dos respectivos Boletins de Atendimento Médico de Juliana e de Alexandre.

Ainda no texto, o procurador determinou à Polícia do Ministério Público Federal que se dirija ao Hospital Adão Pereira Nunes, para apurar o estado de saúde da vítima, com declaração médica, a identidade dos integrantes da equipe médica que prestou os primeiros socorros, bem como da equipe responsável pelo acompanhamento do tratamento”.

Inquérito

A Polícia Federal instaurou inquérito para apurar a ocorrência da noite desta terça-feira, 24, que envolve policiais rodoviários federais. De acordo com a PF, as apurações começaram após ser acionada pela PRF.  Uma equipe esteve na Rodovia Washington Luís (BR-040) para realizar as medidas iniciais, como “a perícia do local, a coleta de depoimentos dos policiais rodoviários federais e das vítimas, além da apreensão das armas para análise pela perícia técnica criminal”, contou em nota divulgada ontem.

Também em nota, a Polícia Rodoviária Federal  informou nesta quarta-feira, 25, que, por determinação da Corregedoria da Polícia Rodoviária Federal, em Brasília, foi aberto, na manhã de ontem, um procedimento interno para apuração de fatos relacionados aos disparos, na BR-040, em Duque de Caxias, Baixada Fluminense. De acordo com a PRF, “os agentes envolvidos foram afastados preventivamente de todas as atividades operacionais”.

A corporação disse lamentar profundamente o episódio e esclareceu que, por orientação da Direção-Geral, “a Coordenação-Geral de Direitos Humanos acompanha a situação e presta assistência à família da jovem Juliana”.

Quanto às investigações, indicou que colabora com a Polícia Federal no fornecimento de informações que auxiliem nas apurações do caso.

Ministério da Justiça e Segurança Pública

“A polícia não pode combater a criminalidade cometendo crimes. As polícias federais precisam dar o exemplo às demais polícias”, apontou o ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, em nota divulgada pela pasta.

Lewandowski lamentou o incidente, que na visão dele, “demonstra a importância de uma normativa federal que padronize o uso da força pelas polícias em todo o país”.

“O Ministério da Justiça e Segurança Pública lamenta o ocorrido e se solidariza com a vítima e seus familiares. Informa ainda que tem empenhado todos os esforços para que as responsabilidades sejam devidamente apuradas”, completou a nota.

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