Indígenas bloqueiam trecho da ferrovia Carajás em protesto contra a Vale

indigenas-bloqueiam-trecho-da-ferrovia-carajas-em-protesto-contra-a-vale

Indígenas bloqueiam ferrovia Carajás, que liga Pará ao Maranhão, em protesto contra a Vale. Viagens pela estrada de ferro estão suspensas e mais de 1.300 pessoas são impactadas. Indígenas dizem que mineradora ultrapassou limites e invadiu cerca de 500 metros que pertence à TI.

Indígenas bloqueiam trecho de ferrovia que liga o Pará ao Maranhão

Indígenas da Terra Indígena (TI) Mãe Maria, no sudeste do Pará, bloqueiam um trecho da estrada de ferro Carajás desde domingo (10). A ferrovia liga os municípios do Pará ao Maranhão. De acordo com os manifestantes, DE ultrapassou os limites de atuação na área e invadiu cerca de 500 metros que pertence à TI. A interdição continua enquanto não houver uma solução definitiva entre o grupo e a empresa. Indígenas instalaram tendas no ponto de bloqueio, entre os municípios de Bom Jesus do Tocantins e Marabá, ambos no sudeste do estado. Estruturas em madeira também estão em construção no trecho.

A área onde a mineradora construiu a ferrovia é essencial para a subsistência das 32 aldeias localizadas na região. Indígenas afirmam que aguardam há mais de um ano um posicionamento da empresa sobre a ocupação da área. Eles cobram uma alteração do trajeto da estrada de ferro ou a compensação territorial, com a aquisição de terras equivalentes nos arredores. O trem que leva passageiros percorre 27 cidades em 16 horas de viagem e transporta cerca de 1.300 pessoas por dia. Além dele, outros 60 trens passam pela ferrovia diariamente com combustível e minério de ferro. Com a interdição, a orientação é que os passageiros remarquem o bilhete ou solicitem reembolso da passagem em até 30 dias.

A TI Mãe Maria foi homologada em 1986 para abrigar quatro povos indígenas e possui 62 mil hectares, dentro do município de Bom Jesus do Tocantins. Um representante da Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai) foi até o local e disse que a organização acompanha a situação e ouve os pedidos do grupo. Em nota, a DE informou que “adota as medidas cabíveis para a liberação definitiva e segura da via e reforçou que as obrigações assumidas pela companhia, previstas em acordo aprovado pelas associações que representam as comunidades indígenas e homologado pelo poder Judiciário, vêm sendo cumpridas integralmente, o que inclui repasses financeiros mensais para as aplicações nas ações nas aldeias”. Confira outras notícias do estado no DE Pará.

🔔Receba as notícias do Diário do Estado no Telegram do Diário do Estado e no canal do Diário do Estado no WhatsApp